28 mar, 2025 • Sérgio Costa , Olímpia Mairos
O comentador da Renascença Henrique Raposo “contesta em absoluto” que a violência, nomeadamente os casos de violência sexual, tem origem na utilização das redes sociais. “É um erro de perceção clássico do nosso tempo”, atira Raposo.
Raposo contesta “a ilusão de que, proibindo as redes sociais, deixava de haver violência”.
O comentador lamenta a leitura que está a ser feita, que relaciona as relações em ambientes digitais com o aumento de crimes sexuais, e contesta “o espírito desta série que está a dar que falar - a adolescência -, que cria a ideia falsa, a meu ver, de que a violência destes rapazes, os adolescentes de agora, é gravíssima, nunca foi assim tão mal, são a pior geração de rapazes da história, que isto no passado não acontecia”.
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Questionado sobre o que está na base da sua contestação, Raposo aponta com a história e os factos.
“A maior manifestação de violência de rapazes nos Estados Unidos são os ‘mass shootings’.
Aquela ideia de pegares numa AK-47 e ires para uma escola... Columbine é de 99.
Não havia redes sociais”, diz, aconselhando a visualização do filme Elephant, que conta essa história.
Henrique Raposo lembra ainda que “os miúdos de Columbine achavam que estavam dentro de um filme. Na cabeça deles, eles eram personagens de um filme”, questionando se deveríamos proibir os filmes ou só fazer filmes fofinhos.
O comentador dá ainda exemplos de histórias de outros filmes, como o América Proibida ou o Escândalo da Minha Geração, para dizer que na altura não havia redes sociais.
“Não havia redes sociais. Eu até te digo que as coisas estão melhores”, observa, assinalando que o Cyril Kirchler, misógino, que persegue e mata, faz 30 por uma linha com mulheres nunca esteve tão baixo, desde os anos 50. O pico do Cyril Kirchler foi os anos 60, 70, 80 e 90”.