31 mar, 2025 • Sérgio Costa , Olímpia Mairos
O comentador da Renascença Henrique Raposo diz que “estamos a ceder ao mal”. Em causa está a intenção do Governo em querer acelerar a deportação de imigrantes em situação irregular.
“O mal é contagioso, temos de ter cuidado com os ecos que chegam da América, porque o mal é mesmo contagioso e nem sequer estou a fazer uma metáfora”, avisa.
Henrique Raposo alerta que “todas as experiências da psicologia social mostram que o mal é de facto contagioso, pega-se como um vírus, mesmo quando o mal aparece como um véu legal e do bem, porque é uma aplicação cega da lei, e quando aplicamos cegamente a lei podemos estar a ser cruéis”.
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“Uma pessoa pode estar ilegal, não tem os papéis, não meteu os papéis, mas já está integrada, já tem um trabalho, já tem uma família, vamos deportá-la?”, questiona, assinalando que “a montante do Estado não se consegue resolver”.
Na visão do comentador, “é a mesma coisa com a história das barracas. Querer tirar os filhos aos pais que não conseguem melhor que uma barraca. Desculpem, isso não faz sentido absolutamente nenhum”.
“Vivendo ou não numa barraca, os filhos devem estar com os pais, aquelas pessoas não são todas bêbadas ou drogadas, são pessoas, a maior parte delas é honesta, está a trabalhar e não consegue melhor”, sublinha, acrescentando que “a ideia de tirar é uma arrogância burguesa; de tirar as crianças a pais que não têm ou não conseguem melhor do que uma barraca, porque, lá está, o Estado, em 10 ou 15 anos não resolveu o problema da habitação”.
“Na questão da imigração, é igual; só deves deportar quem foi apanhado num crime. Aí sim, com certeza”, diz.
No seu espaço de comentário n’As Três da Manhã, Raposo alerta ainda que o Governo, ao querer acelerar a deportação de imigrantes em situação irregular, está a querer “secar o espaço do Chega”.
“O PSD quer secar o espaço do Chega, quer chegar àquelas pessoas que dizem: ‘estas pessoas têm que voltar para a terra deles’, mas isso é, lá está, ser contagiado pelo mal e não resolver o problema”.
Por fim, o comentador defende que “nós precisamos literalmente de toda a gente”, apontando aos números de natalidade do ano passado”.
“10% dos bebés nascidos em Portugal, no ano passado, foram de mães brasileiras, fora as outras. 10%, nós precisamos de toda a gente, ilegal ou não, a linha vermelha é a criminalidade, se foste apanhado com crime de sangue, obviamente tens de ser deportado, fora isso não, não faz sentido, não vale a pena piscar o olho ao Chega, não é assim que vamos secar o Chega”, conclui.