18 fev, 2025 • André Rodrigues , João Malheiro
João Duque reflete que o investimento no hidrogénio verde terá sido "megalómano" para a dimensão de Portugal.
No seu espaço habitual n'As Três da Manhã, o economista considera que, tal como João Galamba admitiu, "se terá dado um passo maior que a perna".
Entre 2020 e 2024, proliferaram projetos de produção de H2V em solo nacional. No Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), foram alocados 185 milhões de euros – a ser distribuídos pelo Fundo Ambiental - para investimentos em hidrogénio e gases renováveis.
Uma parte significativa desta verba, perto de 20 milhões de euros, pelas contas da Renascença, contudo, não irá ser aplicada no fim que lhe era destinado.
João Duque pensa que foi ultrapassada a ideia de que "a oferta criaria a sua própria procura" e "não há tanto interesse do lado da procura, logo deve haver um excesso da produção programada".
"O mais importante são os equipamentos que seriam necessários instalar, o tempo necessário para instalar e o consumo para aquilo que são as disponibilidades que estavam projetadas", aponta o economista.
O comentador da Renascença refere que, agora, o atual Governo tem de "reajustar a dimensão" do projeto e "dar uso daquilo que é a produção prevista".
"Acho que é muito importante este tipo de energia e amadurecer este tipo de tecnologia. Mas, de alguma forma, ter algum cuidado com a dimensão", reitera.