06 mar, 2025 • Sérgio Costa , Olímpia Mairos
O comentador da Renascença João Duque considera que, do ponto de vista económico, ter eleições antecipadas é positivo.
“Do ponto de vista económico, não acho muito perturbador, porque permite clarificar. Esperemos que saia uma clarificação maior, mais para um lado ou para o outro, mas que saia alguma clarificação mais positiva, para se poder governar e desenvolver Portugal de acordo com os desejos dos portugueses, porque vivemos numa democracia”, explica.
Já segue a Informação da Renascença no WhatsApp? É só clicar aqui
Para o economista, esta crise política, com eleições em perspetiva, pode, num primeiro momento, levar a que “o maior agente económico português suspende a sua atividade” no que toca à “criação de novos empreendimentos, de estimular o país a avançar”, mas, por outro lado, “dissipa alguma instabilidade que exista”.
“Do ponto de vista económico, nós sabemos que este Governo, no enquadramento parlamentar existente, é sempre um Governo que nunca se sabe bem o que vai conseguir no mês seguinte, na lei seguinte”, assinala, lembrando que “está em minoria e é muito difícil conseguir que a oposição o mantenha a atuar, particularmente para atuar com coisas muito positivas”.
No seu espaço de comentário n’As Três da Manhã, Duque nota que, “do ponto de vista económico, as coisas não estão a correr mal, o crescimento do último trimestre até foi superior ao esperado, 2024 acaba por crescer mais do que foi esperado, ameaças de desequilíbrio orçamental não se verificam e, portanto, de alguma maneira, a economia tem estado a comportar-se bem, houve a possibilidade do Governo criar muitas benesses e começar a dar muito rendimento às pessoas, e, portanto, isto significa para a oposição uma perda grande de argumentos”.
Essa parece ser também a aposta do atual Governo: eleições já, porque o momento, do ponto de vista económico e a vida das pessoas, eventualmente é favorável ao Governo que está neste momento em função.
“Como o povo diz, mais vale um bom desengano que toda a vida enganada”, diz João Duque, considerando que “mais vale tentarmos dissipar, de alguma maneira, esclarecer aquilo que parece que seria impossível aguentar por muito mais tempo”.
“Se não fosse agora, se calhar era no próximo orçamento, o próximo orçamento trazia um engulho enorme, porque era um orçamento que não passaria, mas o Presidente não podia dissolver”, observa.
O comentador entende que, se o calendário eleitoral for o apontado na quarta-feira pelo Presidente da República, não é “muito mal”.
“Agora é um período de tempo que se perde, digamos, no levantar o pé de um acelerador do maior agente económico, mas, por outro lado, pode trazer alguma clareza e alguma estabilidade a um período subsequente”, conclui.