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Opinião

Nada é obra do acaso: Proença e a corrida à FPF

13 fev, 2025 • Luís Aresta • Opinião de Luis Aresta


O editor de desporto da Renascença, Luís Aresta, reflete sobre a caminhada do ex-árbitro e presidente da Liga até à provável eleição para a Federação Portuguesa de Futebol.

Só um terramoto impedirá que Pedro Proença seja eleito esta sexta-feira para a presidência da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

O adversário, Nuno Lobo – ex-presidente da Associação de Futebol de Lisboa –, foi corajoso e frontal, assumindo a ruptura com aquilo que classifica de "sistema", o mesmo é dizer, o conjunto de pessoas, individuais e coletivas, que nos últimos anos têm gravitado à volta de Fernando Gomes na FPF e de Pedro Proença, na Liga de Clubes.

Com menos armas para esgrimir, Nuno Lobo tentou antecipar-se, gritou alto e foi o primeiro a entrar na corrida, mas só aparentemente.

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Em boa verdade, há vários anos que o presidente da liga de clubes preparava a sua candidatura à sucessão de Fernando Gomes.

Há que reconhecer que o antigo árbitro internacional fez da Liga Portugal um exemplo de como se pode gerir o futebol profissional como uma empresa: reequilibrando contas, introduzindo novas ideias e dinâmicas, envolvendo mais e mais parceiros, melhorando infraestruturas e acrescentando valor ao negócio.

De uma forma geral, o futebol profissional em Portugal melhorou com Pedro Proença, ainda que deixe por resolver o problema da centralização dos direitos de transmissão, continue a haver estádios sem conforto para os espectadores (e sem condições mínimas de trabalho para os profissionais da comunicação social), e, mais importante, a verdade desportiva seja traída demasiadas vezes.

Enquanto presidente da Liga, Pedro Proença cultivou a imagem de gestor altamente profissional, exigente e autónomo. Nunca se expôs demasiado em entrevistas (e muito menos em debates) e não raras vezes demarcou-se de Fernando Gomes, a quem agora se prepara para suceder, quase como se de uma passagem de testemunho se tratasse.

Com mestria, o presidente da Liga fez questão de se manter em funções até ao último suspiro, retirando o máximo partido da exposição mediática do cargo que ocupa desde 2015.

Este esforço foi mais visível nos últimos anos, com Pedro Proença a desdobrar-se em cargos de visibilidade notória, viagens e presenças nos mais variados palcos, inundando as caixas de correio dos jornalistas com centenas de emails a anunciar que esteve neste ou naquele jogo, reuniu aqui e acolá, apareceu onde poucos o esperavam e acumulou este e aquele cargo em cima da presidência da Liga.

Foi uma longa sementeira que agora dará os seus frutos. Nada é obra do acaso. Agora é esperar para ver que Pedro Proença teremos na presidência da Federação Portuguesa de Futebol.

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