​Uma questão de ciclos

Pedro Proença foi ausência notada no anúncio oficial de Fernando Gomes de que é candidato à presidência do Comité Olímpico de Portugal (COP).

É compreensível que o sucessor do ainda presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) não se tenha exposto publicamente na cerimónia. Fazê-lo, seria passar uma imagem de que a expressiva vitória que obteve sobre Nuno Lobo nas eleições para a FPF se ficara a dever não só aos seus méritos como presidente da Liga Portugal, mas também a um apoio tácito que teria recebido de Fernando Gomes.

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Este distanciamento estratégico de Pedro Proença não impediu que Fernando Gomes anunciasse publicamente que conta com o apoio do seu sucessor na FPF “a bem do desporto nacional e do olimpismo”.

Veremos se será mesmo assim ou se Pedro Proença, que assume na segunda-feira a presidência da Federação Portuguesa de Futebol, opta por se manter equidistante do processo eleitoral no COP, transmitindo a ideia de que é ele o novo “rei” e que é em torno de si que as peças se devem movimentar.

Mais, muito mais do que o COP, o que deve preocupar Pedro Proença enquanto novo presidente da FPF são as eleições na Liga de Clubes, organismo a que presidiu desde 2015 até aos dias de hoje e onde se perspetiva um duelo entre a continuidade, com Reinaldo Teixeira, o presidente da Associação de Futebol do Algarve, e a renovação, personificada em Júlio Mendes, ex-presidente do Vitória Sport Clube.

Não é difícil perceber sobre quem recai a preferência do novo presidente da FPF. Veremos se os argumentos de Júlio Mendes são mais fortes que o “status quo” ao ponto de convencer os clubes de que Pedro Proença é passado e de que a Liga Portugal deve avançar para um novo ciclo.