26 fev, 2019 • André Rodrigues , José Luís Moreira (sonorização)
Em 30 pessoas que há dois anos diziam que a Terra é redonda, 29 mudaram de ideias e afirmam que o planeta é plano. Aconteceu nos Estados Unidos e, ao que parece, a culpa é de um vídeo do YouTube que fundamenta a esta versão em 200 factos. A lista é demasiado técnica e exaustiva, pelo que vou poupar-me e poupá-lo a semelhante massacre.
Seja como for, este movimento dos que negam a forma redonda da Terra ganha adeptos a grande velocidade. Ou, pelo menos, faz crescer o número de pessoas que começam a questionar as evidências constatadas primeiro por Pitágoras e depois por Aristóteles, 330 anos antes de Cristo.
A tal ponto que, desde 2014, as pesquisas no Google com as palavras 'Flat Earth' (Terra Plana) dispararam 800%. Parece incrível, mas é verdade. Há quem acredite que o ponto azul claro não é redondo, mas sim achatado como uma moeda.
Eric Dubay é o autor desta e de outras teorias que procuram desmontar conhecimentos que sempre demos como adquiridos. Este autor e produtor tem vasta obra publicada, questionando não apenas o formato da Terra, mas também a aterragem humana na Lua e a exploração de Marte e a existência dos dinossauros.
Resumindo e concluindo, Eric Dubay é um negacionista. Ele garante que nada disso aconteceu.
Mas voltemos à forma da Terra e vamos a mais números: em 2015, Dubay produziu um vídeo de duas horas com as suas "200 provas de que Terra não é uma bola giratória", em 2016 fez um outro com "A História da Terra Plana" e em 2017 apresentou "100 provas de que a Terra não é redonda"... Então mas em 2015 não eram 200? Eram, mas isso não interessa nada. Para Eric Dubay o que interessa mesmo é convencer o povo de que a Terra é um disco plano.
O problema é que o vídeo das 200 provas já se tornou demasiado popular no YouTube. Já lá vão mais de 740 mil visualizações desde setembro de 2016. Ou seja, estamos a falar de mais de 800 cliques diários em 900 dias online.
Não é um número assim muito impressionante. O que impressiona mesmo é que, por mais argumentos baseados na ciência que existam, há sempre alguém que se deixa levar pela desinformação. E isso é um desafio para os cientistas, para que criem os seus próprios vídeos no YouTube para desmontar estas falsidades.