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Ribeiro Cristovão
Opinião de Ribeiro Cristovão
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Tornar difícil o que parecia fácil

27 jun, 2024 • Opinião de Ribeiro Cristovão


Vencemos, in extremis, a República Checa no jogo inaugural, estivemos bem com a Turquia, embora sem realizar um jogo perfeito e, com a Geórgia, ontem à noite, foi um desastre.

Talvez no espírito da equipa portuguesa se tenha instalado a crença do facilitismo perante um adversário cuja qualidade está a anos-luz da nossa. Mas, embora verdade, as invenções do seleccionador também acabaram por contribuir para o vexame por que passámos em Gelsenkirschenm nesta quarta-feira à noite.

Roberto Martinez começou por anunciar várias alterações na equipa que tinha vindo a utilizar em desafios anteriores mas, como se não bastasse, voltou a alterar o sistema de jogo, mudando a linha de quatro defesas para três centrais, com o qual já nos tínhamos dado mal em experiência anterior.

À primeira vista não parece aceitável que a poucos dias de distância de um Campeonato da Europa ainda não tenha estado definida e consolidada a estratégia adequada para enfrentar as previstas dificuldades de tão importante competição: uma prova curta, comportando o máximo de sete jogos para as duas selecções finalistas, depois de épocas desgastantes para quase todos os jogadores, tem que merecer um estudo sério e assente em dados fiáveis.

E até parecia fácil a fase de apuramento, já que as selecções adversárias eram todas teoricamente inferiores à portuguesa. No entanto, como se viu, os problemas foram-se acumulando de jogo para jogo, acabando por tornar difíceis as facilidades com que julgávamos poder contar.

Vencemos, in extremis, a República Checa no jogo inaugural, estivemos bem com a Turquia, embora sem realizar um jogo perfeito e, com a Geórgia, ontem à noite, foi um desastre.

Fazendo oito alterações em relação a jogos anteriores, Roberto Martinez também veio confirmar que, ao contrário do que se propalava, Portugal não tem duas equipas do mesmo nível, ou mesmo aproximado.

Pelo contrário, ficou sobejamente demonstrado que temos um onze de qualidade, com apenas alguns jogadores semelhantes no banco de suplentes.

Agora, a seguir, contra a Eslovénia, a cena pode repetir-se se não foram tidos em conta os avisos que o desafio de ontem deixou: voltar à defesa a quatro e jogar com a intensidade que ainda não foi visível neste Campeonato.

Só assim poderemos chegar ao sucesso que nos tem faltado.

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  • ADISAN
    27 jun, 2024 Mealhada 13:33
    "Jogar com intensidade" foi algo que ontem não vimos na selecção portuguesa. Vimos, sim, do lado dos adversários, que chegavam sempre primeiro à bola, ou conseguiam sempre interpor-se à frente de qualquer remate ou passe!