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Ribeiro Cristovão
Opinião de Ribeiro Cristovão
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Começar a tremer, acabar a golear

24 mar, 2025 • Opinião de Ribeiro Cristovão


Um apuramento justo, mas do qual sobram avisos para o seleccionador espanhol.

Contrariando a medíocre exibição feita a meio da semana na Dinamarca, a selecção portuguesa foi capaz de contrariar em Alvalade tudo aquilo que acontecera em Copenhaga.

É verdade que entrou ansiosa num jogo em que muitas coisas estavam em causa, mas acabou a golear, quando um resultado tão dilatado não estava nas previsões, nem mesmo dos mais optimistas.

Salvou-se assim, antes de todos, o selecionador nacional, cuja cabeça estava no cepo da maioria nacional, ante a perspectiva de uma eliminação, nos quartos-de-final que, a acontecer, seria inaceitável.

E, em jogo, estava igualmente o novo Presidente da Federação, Pedro Proença, que em caso de derrota frente aos nórdicos, iria ter muita dificuldade em manter Roberto Martinez no cargo.

Não se pense, entretanto, que foi fácil o desafio de Alvalade, não obstante o dilatado resultado final poder levar muitos a afirmar o contrário.

É que os dinamarqueses só claudicaram quando o cansaço já não lhes permitiu encarar o prolongamento com a mesma pujança e o mesmo optimismo.

A selecção integrante de Hjulmand e Harder ainda chegou a ter a qualificação garantida, mas a entrada de Trincão no jogo virou tudo ao contrário, e obrigou, inclusive, ao recurso a uma continuação do jogo para além do tempo regulamentar, que viria a desequilibrar-se decisivamente no decorrer dos trinta minutos para além desse período.

Um apuramento justo, mas do qual sobram avisos para o seleccionador espanhol.

Desde logo, a necessidade de passar a olhar mais atentamente para jogadores como Trincão, Gonçalo Ramos e Diogo Jota, entre outros e, também, para Cristiano Ronaldo, cujo rendimento, como ficou mais uma vez à vista, recomenda a sua utilização durante períodos mais curtos.

Agora, na final four, a realizar no próximo mês de Junho, teremos como adversário a Alemanha, numa fase em que entram igualmente a França e a Espanha.

Ou seja, a exigência sobe claramente de tom, ficando por se saber se Portugal estará então à altura de responder de forma tão positiva, como ontem aconteceu frente à Dinamarca.

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