28 mar, 2025 • Tomás Anjinho Chagas
Marina Gonçalves, deputada e dirigente do PS, avisa que qualquer pessoa pode ficar de fora das listas do PS elegíveis para o Parlamento.
Durante o programa São Bento à Sexta, da Renascença, a antiga ministra da Habitação, próxima de Pedro Nuno Santos não responde se figuras como Fernando Medina, José Luís Carneiro e António Mendonça Mendes, antigos membros do Governo de António Costa, vão estar presentes nas listas para as legislativas de 18 de maio.
"Todos nós podemos ficar de fora, todos nós podemos integrar. As listas não estão fechadas. Agora é a fase em que as federações, o secretário-geral e os órgãos estão a fazer essa avaliação", afirma Marina Gonçalves.
Já esta quinta-feira, José Luís Carneiro, deputado e ex-ministro do PS, considerou, em declarações à rádio Observador, que seria "inaceitável" que os antigos governantes fossem excluídos das listas.
Mesmo depois da insistência, a deputada socialista não abriu o jogo em relação às listas do PS, e remete para mais tarde.
O PSD já entregou as listas, com 11 ministros como cabeça de lista e Hernâni Dias, que se demitiu este ano do executivo de Luís Montenegro, como cabeça de lista por Bragança.
António Rodrigues, do PSD, considera que não há razão nenhuma para condenar uma pessoa em praça pública, mesmo que o antigo secretário de Estado esteja a ser investigado pela procuradoria europeia.
"Ninguém pode fazer um julgamento sobre quem quer que seja quando não há qualquer tipo nem de condenação nem de condição de arguido, há apenas e só investigações que estão em curso", vinca o deputado social-democrata.
António Rodrigues rejeita que isso possa vir a ser um problema no PSD no caso de o processo ter desenvolvimentos: "Eu diria ao contrário, daqui a uns meses pode ficar tudo esclarecido e estaríamos a criar uma injustiça com uma pessoa que não cometeu nenhuma situação irregular".
O deputado do PSD considera que é fundamental que os dois maiores partidos se entendam no pós-eleições, para evitar uma "italianização" do regime, com eleições antecipadas todos os anos.
No caso de o próximo Governo não ter maioria absoluta, António Rodrigues assume que há uma responsabilidade dos dois maiores partidos.
"Estou convicto que pelo menos os dois maiores partidos que têm o sentido da responsabilidade do Estado vão ser obrigados a entender-se relativamente a uma legislatura", assume o deputado social-democrata.
O PS concorda e assegura que foi isso que fez durante o último ano com o Governo da AD, ao aprovar o Orçamento do Estado, viabilizar o nome do presidente da Assembleia da República e ao rejeitar as moções de censura.
Marina Gonçalves afirma, no entanto, que agora os socialistas só pensam na vitória no dia 18 de maio: " O PS trabalhará sempre com o único cenário, que é o de vencer as eleições. No que diz respeito à estabilidade e às condições de governabilidade, dadas pelo Partido Socialista, aliás todos os exemplos que aqui foram dados, é prova de como é que o PS se posicionou ao longo do último ano".