14 jul, 2020 - 15:38 • Ricardo Vieira, com Lusa
A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) suspendeu esta terça-feira a negociação de ações da Benfica SAD, por aguardar divulgação de informação relevante ao mercado.
A decisão foi tomada depois de a Procuradoria-Geral da República (PGR) ter confirmado a constituição de três arguidos, uma pessoa singular e duas coletivas, por fraude fiscal, no âmbito da "Operação saco azul", que envolve o Benfica.
Fonte oficial dos encarnados adiantou à agência Lusa que presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, e a SAD do clube lisboeta foram constituídos arguidos.
A mesma fonte disse que os advogados dos ‘encarnados’ apresentaram um requerimento, a fim de saberem se o processo está em segredo de justiça, ressalvando que em causa está um processo de crime fiscal, que nada tem a ver com questões desportivas ou ‘sacos azuis’.
O inquérito é dirigido pelo Ministério Público (MP) do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) e investiga factos suscetíveis de integrarem crime de fraude fiscal, segundo a PGR.
A investigação da Autoridade Tributária (AT) remonta a 2018, quando foram feitas buscas às instalações ‘encarnadas’, por suspeitas da emissão de faturas de serviços fictícios de uma empresa informática, que o Benfica pagou.
O jornal "A Bola" noticia que Luís Filipe Vieira foi ouvido na segunda-feira, tendo sido constituído arguido, acrescentando que outros dirigentes ‘encarnados’ devem ser ouvidos nos próximos dias, casos do administrador executivo da SAD, Domingos Soares de Oliveira, e do diretor financeiro, Miguel Moreira.
Em causa estarão 1,8 milhões de euros que terão sido pagos pelas sociedades ‘encarnadas’, durante seis meses, para pagar serviços que não foram prestados.
Fonte oficial do Benfica já tinha confirmado à Lusa que Luís Filipe Vieira tinha sido ouvido na segunda-feira, acrescentando tratar-se de uma questão relacionada com o pagamento de IVA e IRC.
O inquérito é dirigido pelo Ministério Público (MP(...)