27 jan, 2025 - 13:10 • Pedro Castro Alves
Um “momento penoso” e uma “ausência de liderança chocante”, que vão durar, pelo menos, até outubro. Pedro Adão e Silva descreve desta forma o Benfica de 2025, em entrevista exclusiva a Bola Branca.
Num fim de semana com derrota frente ao Casa Pia e novela de áudios e conferências de imprensa de Bruno Lage, o antigo ministro da cultura e candidato às eleições de 2020 com Noronha Lopes, viu um treinador “abandonado e impreparado”, o que revela um “problema maior” no Benfica.
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“O que vimos foi uma sucessão de acontecimentos penosos, mas também previsíveis. Vive-se um clima de dissolução interna e o que acontece desportivamente, no campo, é consequência de um problema mais vasto e que culminou com uma conferência de imprensa insólita, em que o treinador foi abandonado e foi abandonado de forma impreparada", descreve o antigo candidato a vice-presidente de Noronha Lopes.
"Eu acho que nunca tinha visto uma conferência de imprensa a ser marcada, anunciada e que nem sequer tem uma declaração inicial. Tudo isto é verdadeiramente incompreensível, mas diria que é um sintoma de um mal maior que há no Benfica."
Benfica
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Esse “mal maior”, de acordo com o professor universitário, começa no presidente Rui Costa, que tem conduzido o Benfica com um “défice de liderança chocante”.
“A direção do Benfica não tem nem a ambição, nem a competência, nem o espírito democrático, nem corresponde à identidade do Benfica", continua, nesta entrevista à Renascença.
"O Benfica tinha todas as condições para ter outro tipo de afirmação no futebol português, dentro de campo e na relação com a federação e com a Liga, dois órgãos que vão ter eleições muito brevemente e, sobre as quais, a posição do Benfica é absolutamente desconhecida. Há um défice de liderança que é chocante e que tem de ser resolvido o quanto antes. Se for preciso esperar pelas eleições, esperamos pelas eleições de outubro."
Em 2020, Pedro Adão e Silva foi candidato a vice-presidente do Benfica na lista de João Noronha Lopes. Agora, em 2025, o antigo ministro garante que um nome forte ainda vai avançar para eleições, ainda que não confirme o nome que pretende apoiar.
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“Obviamente falta um nome presidenciável a candidato ao Benfica. Eu tenho a convicção de que quando chegar a altura das eleições esse nome surgirá com um projeto forte, ambicioso, muito competente e com o rol de nomes a acompanhar igualmente competentes. Tenho a certeza de que isso vai acontecer”, afirma o antigo ministro.
Sobre se estará envolvido nessa candidatura, Adão e Silva revela que vai “apoiar uma candidatura” e que está certo de que “essa candidatura vai surgir”.
De acordo com os estatutos do clube encarnado, as eleições no Benfica terão de ser agendadas para o último trimestre de 2025, entre outubro e dezembro. João Diogo Manteigas é o único candidato assumido até ao momento.