03 dez, 2024 - 19:33 • Inês Braga Sampaio
Francisco Neto não esconde o orgulho pelo apuramento da seleção nacional feminina para o Euro 2025 e diz-se "um privilegiado" por trabalhar com um grupo de jogadoras que fazem repetidamente história.
Depois das presenças no Euro 2017, a primeira, e no Euro 2022 (esta beneficiando da exclusão da Rússia de todas as competições), e do primeiro apuramento para um Mundial, Portugal carimbou, esta terça-feira, o apuramento para a terceira fase final consecutiva do Europeu. Em declarações ao Canal 11, após a vitória, por 2-1, sobre a Chéquia, que garantiu este marco histórico, o selecionador nacional mostrou-se muito feliz pelas jogadoras e por quem esteve, em casa ou fora, a apoiar.
"Para mim, é um orgulho e uma honra fazer parte deste projeto, sou um privilegiado por poder estar com elas. Entrei aqui com 32 anos e fizeram de mim treinador, espero também ter ajudado algumas a serem melhores", declarou Francisco Neto, entre a festa das jogadoras.
Portugal derrotou a Chéquia, por 2-1, na segunda mão do último play-off de acesso ao Euro 2025 (empate a uma bola no Dragão no primeiro jogo).
Um autogolo de Aneta Dedinová colocou a equipa das quinas na frente, aos 13 minutos, mas um penálti de Ana Capeta, por mão na bola, permitiu a Katerina Svitková empatar, aos 35. Ao minuto 76, Diana Silva marcou o golo da vitória da seleção nacional, que ainda suspirou de alívio, aos 93, quando Patrícia Morais defendeu um remate de Sviktková para a trave.
A festa das jogadoras com os adeptos que se deslocaram à Chéquia: "Isto é ser Portugal. É vibrar e perceber que tanto quem está cá, tanto quem está em Portugal, que com certeza que milhares nos apoiaram, está muito orgulhoso das nossas jogadoras. Para mim, é um orgulho e uma honra fazer parte deste projeto, sou um privilegiado por poder estar com elas. Entrei aqui com 32 anos e fizeram de mim treinador, espero também ter ajudado algumas a serem melhores."
Análise ao jogo: "Muita dificuldade técnica, em função do terreno. Tivemos dificuldades em adaptar-nos. Sabíamos que a pressão chegaria mais cedo, em função de demorarmos sempre mais tempo a dominar a bola, sempre mais dois, três toques do que é normal, normalmente não falhamos tantos passes, acredito também um bocadinho de ansiedade, mas acho que tivemos oportunidades suficientes para sair daqui vencedores. O mais importante hoje era vencer. Uma época incrível, muitos jogos, foi um ano perfeito, possivelmente o melhor da seleção AA, acabámos muito bem e estamos felizes com isso, elas merecem."
Em que é que pensou quando o remate de Sviktková foi à trave? "Em que é que ia fazer no prolongamento para poder vencer o jogo. Nós temos de estar sempre um bocadinho mais frios em relação a estes momentos, mas, felizmente, não entrou. É justo. Agora, é difícil, quando a tensão é alta, e era já, ter aqui algumas emoções. Nós estamos muito focados no jogo e acima de tudo é estar sempre a pensar em soluções, no que íamos fazer a seguir."
Terceiro Europeu consecutivo: "Vem aí mais um Campeonato da Europa para os portugueses desfrutarem. Esperamos ter muita gente na bancada, muita gente a apoiar-nos, mas antes disso há um regresso aos clubes, há um trabalho dos clubes, há uma Liga das Nações com jogos de extrema dificuldade, que terão de preparar Portugal para o que aí vem, e há um Campeonato da Europa também extremamente difícil."