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Fórmula 1

Lando Norris sobrevive à chuva e pressão e vence primeira corrida do ano

16 mar, 2025 - 06:35 • João Pedro Quesado

A F1 está de volta e o primeiro vencedor de 2025 é o mesmo da última corrida de 2024, reforçando o favoritismo da McLaren. Mas o GP da Austrália foi tudo menos simples - a chuva intermitente desafiou os pilotos a manter o carro sempre no sítio certo e as equipas a escolher a estratégia certa. Quatro dos seis estreantes desistiram por acidentes.

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Lando Norris é o primeiro vencedor da F1 em 2025, segurando o favoritismo da McLaren numa corrida nada simples no Grande Prémio da Austrália. Max Verstappen foi o segundo classificado, pressionando Norris até ao fim, e George Russell fechou o pódio.

O tom da corrida ficou definido ainda antes do início, quando o estreante Isack Hadjar (Racing Bulls) bateu no muro na volta de formação da grelha de partida, desistindo. Quando a corrida começou a sério, todos usaram a máxima caução, mas esse cuidado não foi suficiente para Jack Doohan (Alpine), que perdeu o carro e bateu depois das primeiras curvas. Durante o Safety Car que se seguiu, foi a vez de Carlos Sainz Jr. perder o controlo e encontrar o muro, tornando-se na terceira desistência em duas voltas.

As primeiras voltas sem Safety Car foram relativamente simples, com a pista a secar gradualmente e o trio composto por Lando Norris, Max Verstappen e Oscar Piastri a isolar-se na frente. Um erro incomum de Verstappen na volta 17 permitiu a Piastri criar uma dobradinha McLaren na frente, e os carros papaia agradeceram e começaram a distanciar-se. Assim que a chuva voltou, ainda que apenas com poucas pingas, a McLaren distanciou-se ainda mais e chegou a ter uma vantagem de 15 segundos sobre o Red Bull do tetracampeão em título.

Foi nessa altura que a McLaren, vendo Piastri a aproximar-se de Norris e o início de um filme muito visto em 2024, obrigou o australiano a não ultrapassar o britânico enquanto a incerteza nas previsões não desvanecesse. Algumas voltas depois, a McLaren deu liberdade aos pilotos para competir mas, num dia nublado, foi sol de pouca dura.

A corrida mudou de face na volta 34, quando um erro pouco característico de Fernando Alonso (Aston Martin) o atirou para o muro e obrigou à intervenção do Safety Car. A utilizar os mesmos pneus desde o início da corrida, os pilotos aproveitaram para passar pelas boxes, com praticamente todos os carros na corrida a escolher pneus duros - exceção feita a Max Verstappen, que escolheu pneus médios, e aos dois carros da Haas, que apostaram em manter os pneus intermédios.

Apesar da Haas ter desistido dessa aposta já no final da neutralização pelo Safety Car, o futuro iria provar que não tinha sido uma escolha assim tão errada. Ainda com a corrida neutralizada, uma nova previsão de chuva começou a invadir as conversas entre pilotos e equipas. Essa previsão rapidamente passou de chuva leve a um chuveiro forte, visível à distância nas imagens da televisão.

A corrida recomeçou na volta 42, mas foi na volta 44 que os eventos se precipitaram. Com chuva a começar a cair persistentemente, Lando Norris e Oscar Piastri escorregaram para a gravilha nas últimas curvas, presenteando Max Verstappen com a liderança. Se Norris conseguiu endireitar o carro para ir rapidamente às boxes montar pneus intermédios, o colega de equipa australiano ficou preso na relva durante quase uma volta.

A chuva continuou a cair, tornando-se numa bênção disfarçada para a McLaren. Max Verstappen resistiu três voltas até a chuva ser demais, altura em que a Ferrari arriscou ficar em pista para tentar que um milagre salvasse um Grande Prémio apagado da Scuderia. Mas os carros vermelhos foram trocar de pneus na volta seguinte, já tarde demais, e caíram para o nono e décimo lugares, piorando a situação inicial num dia em que Lewis Hamilton e Charles Leclerc deram mais nas vistas por pedir que os seus engenheiros dessem menos informação, ou outra informação - o tom das conversas era, geralmente, desconfortável do lado dos pilotos.


Provando que a Scuderia tinha esperado uma volta a mais para trocar de pneus, Lando Norris caçou e ultrapassou os dois Ferrari nessa volta, ao mesmo tempo que Liam Lawson (Red Bull) se tornou no terceiro estreante do dia a desistir, com um toque no muro, e Gabriel Bortoleto (Sauber) se tornou no quarto estreante a sair com um pião e embate no muro nas últimas curvas.

O caos obrigou a direção de corrida a chamar de novo o Safety Car, que terminou na volta 52, libertando os carros para cinco voltas até à bandeira axadrezada. Enquanto Piastri forçou o regresso aos pontos no McLaren (carimbado com uma ultrapassagem por fora a Hamilton na curva mais rápida da pista), Verstappen foi colocando pressão sobre Lando Norris.

Contudo, não foi suficiente, e o britânico acabou mesmo por vencer, à frente do Red Bull do campeão em título e do Mercedes de Russell. O outro Mercedes, do estreante Kimi Antonelli, terminou em quarto na pista, mas uma penalização de cinco segundos elevou Alexander Albon, da Williams, ao quarto lugar.

Lance Stroll (Aston Martin) ficou em sexto, Nico Hulkenberg (Sauber) em sétimo, Charles Leclerc em oitavo, Oscar Piastri em nono, e Lewis Hamilton, no 10.º lugar, foi o último a pontuar.

A McLaren sai com favoritismo reforçado a primeira corrida do campeonato. A segunda corrida é o Grande Prémio da China, em Xangai, entre 21 e 23 de março, o primeiro fim de semana com corrida sprint em 2025.

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