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Mundial de ralis

Pilotos de ralis não falam inglês em protesto contra FIA

19 mar, 2025 - 21:35

Mundial está no Quénia e os pilotos estão contra a multa atribuída a um corredor.

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Os pilotos do mundial de ralis (WRC) recusaram-se a prestar declarações aos jornalistas ou a falar em inglês durante a etapa do Quénia, contra a repressão da Federação Internacional do Automóvel (FIA) de linguagem imprópria.

"É bom estar no Quénia. Infelizmente, não me vão ouvir muito este fim de semana. Vamos agir de forma a fazer a diferença", justificou o finlandês Kalle Rovanperä (Toyota), campeão em 2022 e 2023.

O Rali Safari é a terceira das 14 etapas e vai ser disputado entre quinta-feira e domingo.

Em demonstração do descontentamento dos pilotos, o líder do Mundial, Elfyn Evans, falou galês, enquanto o atual campeão Thierry Neuville apenas fez comentários em francês.

Em 7 de outubro, a Associação de Pilotos de F1 (GPDA) criticou o presidente da FIA, Mohamed Bin Sulayem, bem como as recentes multas aplicadas aos competidores pelo uso de palavrões.

"No que diz respeito ao uso de asneiras, há uma diferença entre o seu uso para insultar outros ou numa forma mais casual, como para descrever más condições climatéricas, um objeto inanimado, como o carro, ou uma situação de condução", elucidou a entidade.

Agora, os pilotos do mundial de ralis solidarizaram-se com Adrien Fourmaux, multado em 10 mil euros por usar um palavrão durante uma entrevista no carro transmitida pela televisão na etapa anterior, no Rali da Suécia, em fevereiro, e prometeram manter a postura durante os quatro dias de competição no Quénia.

De acordo com as regras implementadas para 2025, os pilotos que usem repetidamente palavrões, fizerem declarações políticas ou religiosas podem perder pontos ou até ser suspensos, além de serem multados.

Para evitar o risco de punição, o organismo que representa os pilotos da maioria das equipas de elite do WRC optou pela "tomada de decisão responsável de permanecer em silêncio..." bem como sugerir que falem a sua "própria língua".

Supervisora da Fórmula 1 e do WRC, a FIA procura, desde 2024, reduzir a linguagem inapropriada nos seus desportos, mostrando a assertividade da nova filosofia quando puniu o neerlandês tetracampeão Max Verstappen por usar um palavrão durante uma conferência de imprensa.

"Todos concordamos em manter a grosseria ao microfone no mínimo. Ao mesmo tempo, é necessário manter uma certa liberdade de expressão e manter as emoções vivas. Os pilotos não precisam de ter medo de serem punidos de forma alguma", alertou a associação de pilotos de ralis.

Nesse sentido, o organismo revelou ter pedido ao presidente da FIA "algumas mudanças positivas nas regras" de forma a ajudá-los a "atingir esse objetivo".

Tal como a associação dos pilotos de Fórmula 1, são criticadas as multas "exorbitantes", consideradas ainda "amplamente desproporcionais".

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