06 abr, 2025 - 07:38 • João Pedro Quesado
Max Verstappen venceu, este domingo, o Grande Prémio do Japão de Fórmula 1. O tetracampeão em título ganhou pelo quarto ano consecutivo no histórico circuito de Suzuka, expondo uma incapacidade da McLaren aproveitar a superioridade do carro e apostar numa estratégia diferente.
Com as cores originais da Honda no seu Red Bull, Verstappen saiu vitorioso na frente de Lando Norris e Oscar Piastri, com o trio do pódio claramente à frente dos restantes em performance – Charles Leclerc, da Ferrari, terminou em quarto a quase 14 segundos do grupo. A corrida foi melhor resumida por Piastri, após ver o resumo na sala antes do pódio: "São só esses pontos altos? Foi só isso que aconteceu na corrida?".
Nenhum dos pilotos da frente cometeu um erro, nem sequer no arranque (que não teve nenhum incidente). Sendo Suzuka uma pista de média e alta velocidade, onde as ultrapassagens não são fáceis, e com pouca degradação nos pneus, a estratégia era o ponto fulcral para mudar posições e vencer. Mas a McLaren desperdiçou a oportunidade, abrindo caminho para Max Verstappen vencer com um carro que tem sido o terceiro ou quarto melhor da temporada, e manter-se bem à tona enquanto a máquina que pilota não melhora.
A equipa papaia foi a primeira a reagir à aposta de George Russell (Mercedes) ser o primeiro a trocar de pneus, depois de já ter considerado levar Norris às boxes antes de Verstappen (tentando enganar a Red Bull). Mas a reação foi através de Oscar Piastri, que foi o primeiro do pódio a mudar de pneus macios para duros, na volta 20.
Fórmula 1
O campeão excedeu as capacidades do Red Bull e foi(...)
Na volta seguinte, Verstappen respondeu à opção da McLaren e foi às boxes. Contudo, em vez de colocar Lando Norris numa estratégia diferente, a equipa de Woking optou por seguir a Red Bull, e levou o líder do campeonato a trocar de pneus ao mesmo tempo.
E assim foi criado o único momento em que os dois primeiros lutaram fisicamente pela liderança, ao longo de 50 metros na saída das boxes. A McLaren libertou Norris o mais rapidamente possível para que o inglês pudesse sair em pé de igualdade com Verstappen, mas não estava totalmente lado a lado na hora de desativar o limitador de velocidade. O espaço onde Lando Norris estava desapareceu, e Max Verstappen não fez questão de se desviar, resultando numa breve e saltitante passagem de Norris pela relva. Depois de algum debate indireto pelo rádio, os comissários decidiram que tudo estava dentro das regras, e a corrida continuou igual.
LAP 22/53 Verstappen and Norris exit the pits side-by-side and the McLaren driver gets onto the grass on exit 😱 #F1 #JapaneseGP
— Formula 1 (@f1tv.bsky.social) April 6, 2025 at 6:39 AM
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As 30 voltas seguintes foram passadas em estado expectante – a corrida mexeu muito pouco ao longo dos 305 quilómetros, apenas com alguns pilotos a queimar travagens para a chicane no fim da volta.
Eventualmente, Oscar Piastri aproximou-se e começou a pressionar Norris. Não demorou muito para o australiano perguntar se o colega de equipa não tinha performance em mão, e insistir numa troca de posição para lhe permitir atacar a liderança. A resposta da McLaren foi manter tudo na mesma em vez de agarrar outra opção para tentar vencer – talvez seja sinal da confiança da equipa para a performance ao longo do ano.
Provando que a corrida foi decidida com as performances da qualificação, Charles Leclerc manteve-se à frente dos Mercedes de George Russell e Kimi Antonelli – que se tornou no mais jovem piloto a liderar um Grande Prémio, na altura em que era o único ainda sem trocar de pneus. A seguir, em sétimo, e quase 30 segundos de Verstappen, chegou Lewis Hamilton (Ferrari), para quem a estratégia inversa de começar com pneus duros e montar macios para o fim apenas resultou em ultrapassar Isack Hadjar (Racing Bulls), que terminou em oitavo, colhendo assim os primeiros dois pontos da carreira na F1.
As posições pontuáveis foram fechadas por Alexander Albon (Williams) e Oliver Bearman (Haas), em nono e décimo. Fernando Alonso manteve o Aston Martin em 11.º, enquanto Yuki Tsunoda ganhou pouco durante a corrida, e terminou apenas em 12.º – melhor do que o piloto que substituiu (Lawson terminou em 17.º), mas ainda abaixo do que a Red Bull quer.
A corrida não teve desistências, e Lance Stroll, o único a ter uma estratégia de duas paragens, foi também o único a terminar uma volta atrás dos líderes – quando foi avisado que estavam perto, simplesmente encostou e abrandou para perturbar ao mínimo o pódio.
Ao fim de três corridas, Lando Norris lidera o campeonato com 62 pontos, apenas um a mais do que Max Verstappen, enquanto Oscar Piastri acumula 49 pontos.
A primeira sequência de três corridas consecutivas da temporada continua no Bahrain, entre 11 e 13 de abril. As equipas regressam assim à pista onde se prepararam para a temporada de 2025.