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Fórmula 1

F1. Piastri controla Verstappen e vence na Arábia Saudita. É o novo líder do campeonato

20 abr, 2025 - 19:34 • João Pedro Quesado , Carlos Calaveiras

Piloto da McLaren controlou a quinta corrida do campeonato depois de forçar Verstappen a usar novamente a tática de se empurrar a si mesmo para fora na primeira curva. A Fórmula 1 regressa a 4 de maio, no Grande Prémio de Miami.

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Oscar Piastri venceu o Grande Prémio da Arábia Saudita de F1 este domingo, assumindo a liderança do campeonato do mundo de pilotos pela primeira vez na carreira e no ano. O australiano virou o jogo dentro da McLaren, superando Lando Norris na tabela ao mesmo tempo que conseguiu controlar Max Verstappen (Red Bull) em pista. Charles Leclerc deu o primeiro pódio de 2025 à Ferrari.

Foi a quinta corrida da temporada, mas já há uma narrativa para começar a contar a história do ano: o jovem aprendiz Piastri, o piloto júnior da McLaren, limou arestas e ganhou velocidade, ao mesmo tempo que o colega, Norris, parece estar desconfortável quando é preciso levar o carro ao limite. Nos resultados, essa dinâmica é revelada pelas três vitórias de Piastri contra uma de Norris. Mais: o australiano tem agora cinco vitórias na carreira — tantas como Lando Norris, que terminou a corrida no quarto lugar.

O ponto chave da corrida foi a primeira curva. Arrancando do segundo lugar, Piastri rapidamente se colocou ao lado de Max Verstappen, na posição correta para roubar a liderança na primeira curva. O que se seguiu foi muito familiar para quem está habituado a ver Fórmula 1 — e um potencial gatilho para reviver a ansiedade quase traumática da penúltima corrida do campeonato de 2021, precisamente na Arábia Saudita.

Com Piastri a ser dono da primeira curva, Verstappen voltou a um jogo a que está habituado: travou menos do que o normal (e necessário para fazer bem a curva) para se manter mais tempo ao lado do McLaren. Na transição da primeira para a segunda curva, o espaço acabou, e Verstappen assumiu simplesmente a escapatória, cortou caminho, e manteve a liderança.

O Safety Car que se seguiu — fruto de um toque fraternal entre Yuki Tsunoda (Red Bull) e Pierre Gasly (Alpine) — deu aos comissários tempo para digerir a ocorrência, ver todos os ângulos, fazer uma pesquisa no arquivo e decidir: Verstappen foi assim penalizado em cinco segundos, que cumpriu quando trocou de pneus. Curiosamente, não fosse o manancial de diretrizes que manobras de Verstappen obrigaram a criar na última década, e talvez o neerlandês não tivesse sido penalizado.

A luta entre Oscar Piastri e Max Verstappen na primeira curva. Foto: Alex Pantling/Getty Images/Red Bull Content Pool
A luta entre Oscar Piastri e Max Verstappen na primeira curva. Foto: Alex Pantling/Getty Images/Red Bull Content Pool
A luta entre Oscar Piastri e Max Verstappen na primeira curva. Foto: Alex Pantling/Getty Images/Red Bull Content Pool
A luta entre Oscar Piastri e Max Verstappen na primeira curva. Foto: Alex Pantling/Getty Images/Red Bull Content Pool
A luta entre Oscar Piastri e Max Verstappen na primeira curva. Foto: Alex Pantling/Getty Images/Red Bull Content Pool
A luta entre Oscar Piastri e Max Verstappen na primeira curva. Foto: Alex Pantling/Getty Images/Red Bull Content Pool
A luta entre Oscar Piastri e Max Verstappen na primeira curva. Foto: Alex Pantling/Getty Images/Red Bull Content Pool
A luta entre Oscar Piastri e Max Verstappen na primeira curva. Foto: Alex Pantling/Getty Images/Red Bull Content Pool
A luta entre Oscar Piastri e Max Verstappen na primeira curva. Foto: Rudy Carezzevoli/Getty Images/Red Bull Content Pool
A luta entre Oscar Piastri e Max Verstappen na primeira curva. Foto: Rudy Carezzevoli/Getty Images/Red Bull Content Pool

Antes dessa troca de pneus, na volta 21, o tetracampeão tentou aumentar a vantagem para Piastri para absorver o tempo da penalização, mas nunca foi além dos três segundos. Quando parecia que isso ia acontecer, a McLaren optou pelo “undercut”, trocando os pneus de Piastri na volta 19, colocando-o em ar limpo com borracha nova.

Daí até ao fim, Verstappen nunca teve andamento, com pneus duros, para apanhar Oscar Piastri, ficando novamente no ar a ideia de que o McLaren podia andar mais rápido do que andou se precisasse.

Ferrari e pneus médios, o novo romance da F1

Pela segunda corrida consecutiva, a Ferrari seguiu uma estratégia diferente dos restantes. Ao contrário do Bahrain, foi apenas com um piloto, Leclerc, e não envolveu começar com pneus diferentes dos restantes. E, ao contrário do que aconteceu há sete dias, resultou.

O apelidado “príncipe” da Ferrari arrancou de quarto, nos mesmos pneus médios dos restantes carros, e nunca deu sinal de ter andamento para estar mais à frente — tal como George Russell (Mercedes), que partiu de terceiro e nunca incomodou Piastri nem Verstappen.

A diferença surgiu na altura de trocar de pneus. A Ferrari foi adiando a ida às boxes de Leclerc, permitindo ao piloto ficar em pista e liderar a corridas por oito voltas. Essas oito voltas foram cruciais: num ano em que os carros parecem perturbar mais o ar que atravessam, prejudicando quem vai atrás, as voltas em ar limpo foram rápidas e consistentes.

Aliadas a uma troca de pneus de apenas dois segundos, essas voltas permitiram ao monegasco chegar rapidamente a Russell e ultrapassá-lo, conquistando assim o primeiro pódio vermelho de 2025, ano em que o início de temporada tem sido lento para uma Ferrari que não está assim tão longe, mas ainda tem muito para melhorar no carro.

Atrás, e fora do pódio, ficou Lando Norris. Arrancando do décimo lugar, após um erro o eliminar ainda antes da primeira volta na última fase da qualificação, o britânico foi progredindo logo na primeira parte da corrida. A maior dificuldade foi o Ferrari de Lewis Hamilton (novamente solitário, e em dificuldades, quase todo o domingo), que Norris só percebeu como derrotar no jogo do gato e do rato do DRS no final da volta à terceira tentativa.

Começando com pneus duros, montou o composto médio na volta 34, o que devia facilitar a chegada ao pódio. Mas Norris, depois de ultrapassar Russell (então já em dificuldades com os pneus), apenas pressionou levemente Charles Leclerc, nunca entrando na janela de DRS do monegasco nas últimas voltas da corrida.

Russell e Kimi Antonelli deram à Mercedes o quinto e sexto lugar na corrida, abaixo do que as Flechas de Prata têm sido capazes em 2025. Lewis Hamilton terminou em sétimo, com o Williams de Carlos Sainz e Alexander Albon atrás. O último a pontuar, em 10.º, foi Isack Hadjar, da Racing Bulls, superando Fernando Alonso — o espanhol continua sem pontuar em 2025 no Aston Martin.

Piastri, o novo alvo a abater

Ao fim de cinco corridas, o panorama mudou, mas continua a não ser Max Verstappen o líder do campeonato. Essa honra, e pressão, está agora sobre os ombros de Oscar Piastri, que acumula 99 pontos contra os 89 de Lando Norris. Verstappen tem 87, enquanto Russell soma 73 e Leclerc apenas 47 pontos.

No campeonato de construtores, a McLaren isolou-se ainda mais no topo, tendo agora 188 pontos face aos 111 da Mercedes e 89 da Red Bull. A Ferrari, ainda insegura com o carro e com a nova aquisição ainda a ambientar-se, tem apenas 78 pontos.

A Fórmula 1 regressa às pistas no primeiro fim de semana de maio, entre os dias 2 e 4, para o Grande Prémio de Miami — a primeira viagem do ano ao continente americano. Depois, a 18 de maio, começa a fase europeia, com o GP em Imola.

[notícia atualizada às 22h]

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