Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Euro2024

​Gilmour despertou a Escócia no dia do apuramento alemão e de um escaldante dérbi balcânico: um olhar para o 6.º dia do Euro

20 jun, 2024 - 07:40 • Francisco Sousa

A seleção anfitriã é a primeira a seguir para os oitavos. Escócia, Croácia e Albânia mantêm a esperança.

A+ / A-

A Alemanha da sociedade Wirtz-Musiala-Gündogan-Havertz

Uma recuperação na metade do meio-terreno húngaro, com a segunda bola ganha por Tah em zona adiantada, precipitou a construção do primeiro golo alemão face à Hungria. Wirtz captou as sobras, mais aberto na direita, deixou em Musiala entrelinhas, este esticou rapidamente em Gündoğan, que após duelo direto aceso com Orbán serviu Musiala para o remate certeiro, de pé direito. O jovem do Bayern voltou a estar em evidência no lance do segundo golo, a lançar Mittelstädt na esquerda e este a assistir Gündoğan para a finalização na área. Já na primeira parte, Wirtz tinha trabalhado com classe num entendimento curto com Musiala e o disparo não passou longe da baliza.

O duo de jovens de ouro da nova geração e o capitão já haviam estado em evidência na estreia e voltaram a estar nas melhores jogadas germânicas face aos magiares. Ah, tudo isto sem esquecer o quarto elemento da «frente maravilha», um Kai Havertz disposto a alternar entre movimentos de ruptura verticais, apoios à largura e toques refinados por dentro. Arteta fez dele um «falso 9» consistente e já começa a ter tiques de «9» puro.

Gilmour, a Escócia mais competitiva e a ameaça dos atacantes suíços

A subida de nível da Escócia nesta segunda jornada do Europeu foi evidente. McTominay soltou-se mais, passando para a segunda linha e tornando-se mais influente por via da receção de uma maior agressividade e chegada à frente - algo que se viu no lance do golo. A construção foi assumida por Billy Gilmour, grata novidade de Steve Clarke no onze. O médio do Brighton mostrou toda a classe a sair sob pressão e a meter o passe vertical. Esteve na origem da tal finalização do homem do Man. United, que teve ainda arrancada de Robertson no contra-ataque e definição ponderada de McGregor no passe final.

A Tartan Army competiu melhor neste segundo jogo porque soube pressionar mais na frente e conseguiu fazer os helvéticos hesitar em determinados momentos. Ainda assim, a Suíça, atuando com referências móveis na frente, soube gerar perigo a partir da mobilidade e rasgo de Vargas ou Ndoye (excelentes movimentos, mas pouca refinação na finalização) e no sentido de apoio e desmarcação do veterano Shaqiri. Não houve tanto Aebischer a gerar desequilíbrios no corredor central quanto no jogo inicial e o próprio Xhaka foi mais desafiado pela presença subida de McTominay na pressão.

Croácia e Albânia e sobre como um jogaço pode ter fases tão distintas

Um duelo de balcânicos apaixonante, como não podia deixar de ser neste Europeu. A Albânia leva já o epíteto de equipa «underdog» mais competitiva da prova, depois da luta dada frente à Itália até final e da demonstração de força ante a Croácia. Os primeiros 45 minutos tiveram personalidade a rodos, critério nas saídas para o ataque e uma notável entreajuda para proteger o corredor central - onde os croatas procuram criar desequilíbrios constantes. Asani esteve endiabrado (gerou o golo, atraindo Gvardiol para a ala e deixando espaço para a surpreendente ruptura do médio Laçi na área e, além disso, serviu Asllani por dentro para outra ocasião tremenda), os médios deram-se constantemente ao jogo, com e sem bola e Rey Manaj foi novidade influente no onze, desgastando e atraindo os centrais e segurando de costas - protege bem a bola.

Respondeu Zlatko Dalić já na etapa secundária, trazendo a intencionalidade, chegada e vitalidade de Sučić e Mario Pašalić para dentro do campo. A Albânia recuou, não teve energia para suster iniciativas perigosas e desgastou-se nas perseguições defensivas (Bajrami que o diga). Budimir foi peça fundamental nos golos da reviravolta, num período de grande agressividade ofensiva croata. Só que do outro banco, Sylvinho lançou truques da manga como Gjasula, Daku e sobretudo Hoxha. Este último partiu a loiça desde a esquerda, com desmarcações em rutura, passes decisivos e tentativas de remate. Possivelmente a entrada mais influente de um suplente até aqui, a par do duo Pedro Neto-Chico Conceição no Portugal-Chéquia.

Sobe 💎

Shaqiri. Intemporal. A cada fase final, um selo de golaço do «eterno» atacante suíço, com o pé esquerdo a rentabilizar um erro crasso de Ralston. Parecia que já trazia o remate preparado de casa - o que não seria propriamente uma surpresa, lembrando as últimas 5 grandes competições de seleções.

Desce 🌧️

A defesa húngara. Uma vez mais a carecer de alguma agressividade em momentos-chave, como no primeiro golo alemão - Orbán em evidência pela negativa num duelo direto, tal como no jogo com a Suíça. Os melhores momentos magiares no torneio foram sempre do outro lado do campo…

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+