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México

Golo de calcanhar em semi pirueta aérea e ao ângulo? Eis o "camaroncín" de Jacqueline Ovalle

04 mar, 2025 - 10:37 • Inês Braga Sampaio

Veja o vídeo do golo da jogadora do Tigres, uma espécie de escorpião que faz furor no México e promete correr o mundo.

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Escorpião invertido? Calcanhar voador? Não, "el Camaroncín". É esse o nome que Jacqueline Ovalle deu ao golo que marcou pelo Tigres, diante do Chivas, e que vale candidatura ao Prémio Marta de 2025.

O golo que está a correr as redes sociais foi marcado esta terça-feira, em jogo do campeonato do México. A espanhola Jenni Hermoso cruzou desde a esquerda e "La Maga" apareceu ao primeiro poste, em pleno "voo" e em semi pirueta, a rematar de calcanhar ao ângulo oposto.

Hermoso, que tem um Mundial e uma Liga dos Campeões, entre outros títulos, no currículo, caiu de joelhos e levou as mãos à cabeça.

Mas palavras para quê? O melhor é ver o golo.

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No final da partida, instada a dar um nome ao gesto técnico, Ovalle surpreendeu com a escolha: "camaroncín", ou "camarão".

É este, então, o nome do golo de Jacqueline Ovalle, que é já um sério candidato a vencer a segunda edição do Prémio Marta, da FIFA - o equivalente ao Prémio Puskás para o futebol feminino.

Mas quem é Jacqueline Ovalle, que também responde por Jacquie ou Lizbeth? Nascida em Aguascalientes, no México, a criativa, agora de 25 anos, cresceu a jogar em equipas de rapazes na sua cidade.

Numa entrevista aos canais oficiais da seleção mexicana, Ovalle recorda como não havia futebol de meninas quando cresceu e que costumava ouvir dois tipos de comentários: se a sua equipa ganhasse, os pais da formação adversária criticavam os seus filhos por perderem para uma rapariga; se a sua equipa perdesse, a culpa era dela.

"Foi esse tipo de comentários, a certa altura, que me fez pensar em deixar de jogar futebol. Comecei mesmo a pensar que o futebol não era para mim", conta, acrescentando que esses anos foram "muito difíceis".

Foi o pai que não a deixou desistir e, anos mais tarde, a persistência deu frutos: uma amiga falou-lhe de uns testes para a seleção mexicana de sub-17, que estavam a acontecer na Cidade do México. Ovalle meteu-se no carro com três amigas e um adulto conduziu sete horas até à capital. Filtragem após filtragem, a jovem lá se manteve até ao fim. Um mês depois, recebeu a chamada que lhe mudaria a vida.

A Liga feminina do México foi criada em 2016/17, quando Ovalle tinha apenas 17 anos. Recebeu uma bolsa escolar para jogar no Tigres, um dos melhores clubes do país, a cerca de 580 quilómetros de casa.

Jacqueline tornou-se logo uma estrela do Tigres UANL, que ainda hoje representa. Aos 18 anos, sagrou-se campeã das Américas do Norte e Central e do Caribe. Em 2019, aos 19, estreou-se pela seleção principal do México, com que, em 2023, venceu a medalha de ouro do torneio de futebol feminino dos Jogos Pan-Americanos. Foi semifinalista da Wold Cup, a nova prova continental da Concacaf, em 2024.

Ao serviço do Tigres, já venceu dois Torneios Apertura e outros dois Clausura, além de dois Guardianes. Esta época, leva 28 golos e quatro assistências em 34 jogos. Apesar do interesse de clubes europeus e dos Estados Unidos, continua no México e na equipa que lhe deu a oportunidade de jogar futebol a nível profissional.

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