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Jogadores das academias de Manchester United e City envolvidos em alegada fraude etária

19 mar, 2025 - 15:37 • Redação

Segundo o jornal “The Telegraph”, provas fotográficas geram dúvidas sobre seis jogadores estrangeiros e suscitam a possibilidade de alguns serem adultos.

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O Manchester United e o rival Manchester City estão a ser confrontados com um potencial escândalo de fraude etária, que envolve alguns dos jogadores estrangeiros das respetivas academias.

O jornal britânico “The Telegraph” avança que surgiram provas fotográficas que lançam dúvidas sobre as idades declaradas de pelo menos seis jogadores que se mudaram para o Reino Unido nos últimos anos.

Estes jogadores competiram em torneios de escalões etários significativamente superiores nos seus países de origem e três dos seis jogadores em questão já jogaram pela Inglaterra nas categorias de base.

Até ao momento, não há nada que demonstre que o United e o City tenham sido cúmplices na fraude.

O Manchester United já reagiu em comunicado: “Estamos empenhados em operar todos os aspetos da nossa academia dentro das regras e regulamentos estabelecidos pelos nossos órgãos sociais, incluindo no recrutamento e registo de jogadores”.

O City também está confiante de que não violou nenhuma regra estabelecida.

"Eles têm o dom de Deus"

Apesar das questões levantadas, os jogadores continuaram a jogar pelo United e pelo City e mantêm-se elegíveis para representar a Inglaterra, com base nas suas idades declaradas.

Isto levantou questões sobre se foram tomadas medidas suficientes para verificar as suas verdadeiras idades, uma vez que nenhum jogador foi submetido a testes científicos para tal.

O "Telegraph" refere também que qualquer escândalo de falsificação de idade que envolva jovens jogadores de clubes ingleses também levantaria a hipótese de as crianças terem sido “traficadas” para o Reino Unido. De acordo com as regras da FIFA, as equipas estão praticamente proibidas de contratar crianças que tenham mudado de país, a menos que os pais ou tutores legais tenham mudado de país por razões não relacionadas com o futebol.

O jornal adianta, ainda, que um agente ligado a três dos seis jogadores em questão negou que os jovens estivessem envolvidos em fraudes de idade.

Quando questionado sobre as fotografias que sugeriam que os jogadores tinham jogado num escalão etário mais velho do que as idades declaradas na altura, o agente afirmou que os jogadores simplesmente tinham talento suficiente para competir a esse nível desde tenra idade.

“Existe uma espécie de máfia por detrás dos jogadores. A verdade será sempre descoberta. Eles não vão parar estes rapazes. Eles têm o dom de Deus. Ninguém vai destruir a carreira deles. Ninguém”, adicionou.

Sobre a possibilidade de se tomar alguma medida, o United, o City, a Federação Inglesa de Futebol, a Premier League e o Ministério da Administração Interna do Reino Unido não se pronunciaram.

O que é a fraude etária?

No desporto, a fraude etária é, por norma, realizada por atletas que fingem ser mais novos do que realmente são devido às vantagens de tamanho, força e velocidade. Isto pode levar a que estes atletas sejam selecionados para grandes competições de nível juvenil, além de receberem contratos profissionais potencialmente lucrativos. Existem também potenciais implicações de segurança e proteção, mais graves quando se trata de adultos que fingem ser crianças.

Quais os métodos para o combater?

Além de provar que a documentação foi falsificada, a única forma é através de testes científicos que possam dar alguma indicação da idade de alguém.

De acordo com a Lei de Nacionalidade e Fronteiras de 2022, estes testes podem ser realizados em pessoas “sujeitas ao controlo da imigração”.

Os exames podem envolver uma radiografia do dente do siso ou dos ossos da mão e do pulso, e uma ressonância magnética dos ossos do joelho ou da clavícula. Os testes de ressonância magnética são utilizados há muito tempo em jovens jogadores de futebol em países onde a fraude etária não é incomum e foram anteriormente implementados pela FIFA em torneios sub-17.

Deixaram de se realizar estes testes, uma vez que os resultados não eram 100% precisos e, por isso, sujeitos a contestação legal.

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