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Coronavírus

Corte de salários. Vasco Faísca disponível para "solução solidária"

30 mar, 2020 - 20:45 • João Paulo Ribeiro , com Redação

O treinador do Braga B viveu mais de dez anos em Itália e revela preocupação pelo que se passa no país com mais mortes provocadas pela Covid-19.

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Vasco Faísca aborda a possibilidade de um corte dos salários no futebol português como uma solução a debater entre todos. O antigo jogador, agora treinador do Braga B, diz à Renascença estar disponível para "encontrar uma solução solidária".

"Ninguém estava preparado para isto e teremos de encontrar soluções de exceção. Estamos todos de boa fé e de mente aberta. Se houver necessidade de chegar a esse tipo de solução vamos sentar-nos à mesa e conversar. Estamos de mente aberta e disponíveis para encontrar uma solução solidária que agrade a todos: jogadores, técnicos, clubes e, acima de tudo, para todas as pessoas, para a sociedade em geral", observa.

A redução salarial é uma medida que está a ser adotada por vários clubes, entre eles alguns grandes da Europa, e em Portugal o tema já é debatido. Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato dos Jogadores, considera que neste momentonão há motivo para equacionar esse cenário, justificando que "as receitas foram antecipadas e o impacto financeiro não é evidente".

O fim da temporada

Quanto ao beco sem saída em que ainda se encontra a questão dos calendários, ou seja, como e quando se poderá encerrar a presente temporada, Vasco Faísca teme que seja impossível retomar os campeonatos num futuro próximo.

"Da parte dos jogadores, treinadores e adeptos a vontade era regressar o mais depressa possível, mas parece-me difícil que isso aconteça num período breve. Claro que é importante ir pensando em cenários, mas verificando o que se está a passar noutros países onde o vírus está instalado há mais tempo, acho que nos próximos tempos será difícil retomar a competição", refere.

Contratado para treinar o Braga B, após a promoção de Rúben Amorim à equipa principal e depois de ter começado a época no Olhanense, Vasco Faísca revela que tem "contacto quase diário com os atletas", desde a paragem. A sua equipa está a lutar pela subida à II Liga e os jogadores "vão mantendo a forma física, pois não sabemos quando a competição vai voltar", informa.

Dor por Itália

O antigo central está a viver o impacto da Covid-19 de uma forma muito particular, dada a sua ligação a Itália, país onde viveu quase 15 anos. "Estou triste e preocupado pois tenho uma forte ligação a Itália. Eu e a minha família, a minha mulher, a minha filha. É o país onde vivi uma grande parte da minha vida adulta e onde temos pessoas muito próximas. Mas temos esperança que o problerma seja ultrapassado, as notícias mais recentes começam a ser mais animadoras", conclui.

Itália é o país com maior número de mortes por Covid-19. O país está em isolamento, numa altura em que os especialistas acreditam que a doença está a atingir o pico.

Vasco Faísca jogou no Vicenza, no Padova, no Ascoli e terminou carreira com passagens por Matera, Maceratese e Virtus Francavilla.

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