01 abr, 2020 - 14:05 • Pedro Azevedo
Luís Figo estreou-se no futebol sénior há 30 anos. Foi a 1 de abril de 1990, num triunfo do Sporting por 1-0 frente ao Marítimo, em Alvalade, golo de João Luís na própria baliza. Luís Figo tinha 17 anos. Entrou em campo ao minuto 87, lançado por Raul Águas que orientava a equipa leonina. Em entrevista a Bola Branca, João Luís recorda esse momento histórico para o futebol português.
“Lembro-me bem desse jogo até porque deixei uma marca não muito positiva porque perdemos num lance em que estive envolvido e acabei por fazer um autogolo. Traiu o meu colega guarda redes Ewerton e nunca mais me esqueço da cara dele. Mas o jogo fica marcado em termos de história com a estreia do Figo, um jogador que acabaria por marcar uma geração inteira de jogadores. Na altura embora não fosse um desconhecido, ainda não era a referência que acabou por ser para os desportistas e para todos os portugueses. Para os madeirenses foi interessante que a estreia do Figo tenha ficado ligada à nossa terra e ao clube porque foi num jogo com o Marítimo”, refere o antigo central da equipa insular.
O embaixador da mudança da imagem dos jogadores portugueses
Luís Figo estreou-se nesse encontro frente ao Marítimo a 1 de abril de 1990 e terminou a carreira no Inter de Milão, aos 36 anos, em 2009. Uma carreira de muitos títulos individuais e coletivos de um jogador genial que João Luís conheceu dentro e fora do relvado.
“Disputei vários jogos contra o Luís Figo e acompanhei a carreira dele. Tive a felicidade de o ter na minha casa, aqui na Madeira, depois de um jogo que disputamos com o Sporting nos Barreiros. É fácil falar do Figo enquanto jogador, ser humano e representante do futebol português. Foi o que atingiu o nível mais elevado dos bons jogadores da sua geração e conseguiu sempre cativar as melhores opiniões de toda a gente quer quando se falava na forma de estar dentro ou fora do campo que era uma carência do futebol português porque a imagem dos jogadores não era a melhor. Ele foi embaixador nessa mudança”, considera.
Voltaria a ser genial no futebol atual
Num futebol que evoluiu no plano tático, João Luís entende que Luís Figo hoje repetiria os feitos da sua carreira pelas características técnicas e táticas do seu perfil de futebolista.
“Dentro do campo era um génio e um talento reconhecido unanimemente. Dos talentos do passado, Luís Figo é dos poucos que continuaria a ter sucesso dadas as suas características. Era um jogador completo que estaria preparado para a evolução que o futebol teve do ponto de vista defensivo e contornar essa evolução tática. Para mim, acabou por ser um prazer enorme ter privado com ele e pertencido à geração que teve nele o expoente máximo do perfume que todos reconhecemos”, refere o antigo jogador do Marítimo.
Luís Figo foi 127 vezes internacional pela seleção principal. Pelas seleções jovens foi campeão do Mundo de sub-20 e campeão da europa de sub-16.
Por clubes destacam-se a conquista de uma Taça Intercontinental, uma Taça dos Campeões, duas supertaças, uma Taça das Taças, quatro Ligas de Espanha e quatro Ligas de Itália. Foi Bola de Ouro da revista "France Football" em 2000 e o melhor do Mundo para a FIFA em 2001.
Reconhecidamente um dos melhores jogadores de todos os tempos, Luís Figo regista na carreira de futebolista profissional, 919 jogos oficiais e 168 golos marcados.