01 abr, 2020 - 15:05 • Lusa
Os treinadores estarão disponíveis para reduzir salários por causa da pandemia de Covid-19, desde que não ponha em causa a sua "dignidade". Garantia dada, esta quarta-feira, pelo presidente da Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF) à Lusa.
"Ninguém pode estar otimista com este momento que vivemos, vai exigir de todos nós uma certa compreensão, e os treinadores também são portugueses e vão compreender, não podem distanciar-se da realidade do país e do resto do mundo. Haverá sempre disponibilidade para negociar, desde que não haja abusos que ponham em causa a dignidade dos treinadores", refere José Pereira.
O presidente da ANTF diz que não houve qualquer abordagem da Liga de clubes ou da Federação Portuguesa de Futebol sobre o tema. José Pereira acredita que isso se deve ao facto de o momento ser de incerteza sobre o futuro das competições.
"Hoje haverá uma comunicação ao país [pelo Presidente da República sobre o eventual prolongamento do estado de emergência], teremos de aguardar o que vai ser decidido", diz.
José Pereira lembra que "há um contrato coletivo de trabalho, mas depois as eventuais negociações serão caso a caso, clube a clube, porque há situações muito diferentes, e aí a associação não terá qualquer papel", a não ser que seja solicitado.
Coronavírus
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O presidente da ANTF revela que salários em atraso são uma realidade "que existe sempre no futebol".
"Os treinadores são mais cautelosos em relação a isso por serem líderes de um grupo de trabalho, mas já há quem esteja à espera do salário para fazer face aos seus compromissos, porque nem toda a gente ganha milhões de euros", frisa.
José Pereira faz mesmo a distinção nos escalões profissionais.
"Uma coisa é a I Liga, a II Liga já é diferente e outra ainda é o Campeonato de Portugal [equivalente ao terceiro escalão] e as camadas jovens em que, na maior parte das vezes, os treinadores ganham o salário mínimo [do futebol], ou seja, o equivalente a oito salários mínimos", frisa.
Em Portugal, registaram-se 187 mortes e 8.251 casos de infeções confirmadas pelo novo coronavírus, que provoca a doença Covid-19, segundo o boletim epidemiológico divulgado, esta quarta-feira, pela Direção-Geral da Saúde.