27 jun, 2024 - 14:00 • Filipe Rodrigues, presidente da Ibercup
Estamos num país que respira desporto e no qual o futebol é, como se convencionou chamar, ‘rei’. Temos razões para estarmos cada vez mais confiantes. Não só no mais alto patamar competitivo, mas também no que concerne ao futebol de formação.
Porque Portugal é, e não duvidemos, um país formador, mas, e acima de tudo, porque Portugal tem, e cada vez mais, as melhores ferramentas para continuar a produzir talento.
O desenvolvimento do futebol de formação em solo lusitano tem sido cada vez mais exponencial e os factos são indesmentíveis. Tanto ao nível de clubes como de seleções.
Os processos formativos que têm vindo a ser dinamizados nas equipas portuguesas despertam a cobiça dos chamados ‘tubarões’ europeus nos jovens jogadores nacionais, mas em paralelo com as transferências que são cada vez mais uma realidade e de forma cada vez mais precoce há também a registar o sucesso dos clubes além-fronteiras. Como provam, por exemplo, as Ligas dos Campeões de juniores – que têm a designação institucional de Youth League – já conquistadas por FC Porto (em 2019) e Benfica (2022). Sendo que o Benfica, acrescente-se, já por três vezes se sagrou vice-campeão europeu (2014, 2017 e 2020).
A todos estes dados há também a juntar o extraordinário trabalho que tem vindo a ser realizado pela Federação Portuguesa de Futebol e que, de forma absolutamente natural, tem redundado na conquista de vários títulos internacionais no panorama das seleções mais jovens.
No topo da pirâmide no contexto europeu e mundial surge, claro está, o auge atingido pela Seleção Nacional em 2016, com a inesquecível e gloriosa conquista do Campeonato da Europa. A mais dourada página do futebol português! E não esquecendo, convenhamos, a não menos meritória vitória na Liga das Nações, na época 2018/2019. E mesmo que sem desprimor, claro está, para com a presença na final do Euro 2004 – aquela final perdida com a Grécia, no Estádio da Luz, que difícil e infelizmente nos sairá da memória…
São portanto, factos que devem (por direito próprio) ser constantemente recordados e ressalvados e que nos transportam para a importância de continuarmos a trabalhar todos em sintonia. Porque assim, sendo, com a cumplicidade entre todos – FPF, clubes e demais entidades envolvidas nos processos formativos -, o futebol jovem tem ainda muito para crescer e ainda mais para dar. Para bem de Portugal e dos craques portugueses.
E a IberCup também tem essa responsabilidade e dela se orgulha de fazer parte. E também por isso continuamos a trilhar o nosso caminho e a contribuirmos para que os nossos jovens superem cada vez mais obstáculos e cheguem cada vez mais longe. Tanto no desporto como na vida. Porque o futebol tem obrigatoriamente de estar também alicerçado em valores éticos, culturais e sociais. Só assim faz sentido. E essa é a realidade da IberCup.
Os mais de 8 mil jovens, provenientes de 43 países, divididos por mais de 400 equipas, que, num total de 40 campos de futebol situados em Cascais, no Estoril, em Oeiras e em Belém, vão permitir a realização de 1.105 jogos de futebol dão corpo à ideia de que a IberCup é uma potência que potencia.
Enquanto presidente da IberCup, não posso deixar de exultar todo o meu orgulho pela dimensão estratosférica que esta prova já atingiu e que, estamos certos, vai conseguir superar ano após ano. Porque é sempre esse o nosso objetivo: melhorar cada vez mais. E é também por isso, fruto do muito esforço e da tremenda dedicação de uma vasta equipa de colaboradores, que em 2024 vamos bater os já referidos recordes históricos. As presenças de Rui Vitória e Francisco Neto, dois dos mais conceituados treinadores portugueses da atualidade e cujos méritos dos trabalhos realizados na formação são inegáveis, na conferência de Imprensa de apresentação do certame foram, apenas, mais dois carimbos de qualidade desta competição.
A IberCup tem muito futebol… mas não é só futebol. É um espaço amplo de partilha de conhecimentos, de construção e fomento de amizades, e que além do futebol tem também na sua génese uma forte componente social e cultural. Onde o respeito impera. E onde o fair play é uma bandeira hasteada por todos os intervenientes: organização, jogadores, treinadores e familiares.
Pelo exposto, e por tantas e tão boas razões o reforço, estamos na presença de um torneio que a todos deve orgulhar. Não apenas a mim, enquanto presidente da IberCup, como também a todos quantos ao longo destes anos têm contribuído de forma decisiva para que a IberCup seja, na realidade, uma potência que potencia.