12 fev, 2025 - 09:46 • Lusa
Depois de três mandatos à frente da FPF, o dirigente despede-se com herança robusta - em parceiros estratégicos a exponenciar a rentabilidade da Federação, mas, sobretudo, ao colocar várias seleções na elite competitiva.
O Euro 2016 foi a grande conquista, a que se seguiu a vitória na Liga das Nações, em 2019, já depois do direito a competir, como campeão europeu, na Taça das Confederações (2017).
Fernando Gomes foi o rosto do sucesso, ao alcançar o que mais ninguém conseguiu em quase 115 anos da história da FPF. Antes, com Gilberto Madail, também existe um reconhecimento, e continuidade, do futebol nacional nas grandes competições, sobretudo nas campanhas do Euro 2004 (finalista vencido) e 2012 (semifinalista), e do Mundial 2006 (quarto).
Nos seus mandatos, o dirigente, economista de formação, contou com os selecionadores Paulo Bento (2010 a 2014), herdado ainda da presidência de Madail, Fernando Santos, o timoneiro do sucesso de 2016, e, por último, o atual, o espanhol Roberto Martínez.
Com o futebol masculino, e Cristiano Ronaldo, como alavanca no crescimento da própria FPF, Fernando Gomes não descurou a vertente feminina e foi na sua gestão que o número de praticantes cresceu e Portugal disputou as suas primeiras fases finais.
Em 2017, a equipa feminina disputou o seu primeiro Europeu, a que se seguiu nova presença em 2022, em Inglaterra, e este ano voltará à competição continental, na Suíça, reforçando o crescimento da modalidade praticada por mulheres, que também se estrearam num Mundial, em 2023.
Na formação, assistiu a boas campanhas e algumas conquistas dos mais jovens, nos títulos europeus masculinos dos sub-17 (2016) e sub-19 (2018), embora a Portugal continue a faltar um título maior nos sub-21, uma vez mais "vice", em 2015 e 2021.
O selecionador dos sub-21, Rui Jorge, continuou a ser uma aposta de Gomes, à semelhança do que fez na seleção feminina, que mantém no cargo Francisco Neto, que estará no seu terceiro Europeu consecutivo.
Política igualmente seguida para o treinador Jorge Braz, que lidera o futsal português desde 2010 e alcançou um inédito título mundial, em 2021, depois de já ter levado a seleção das quinas à conquista do Europeu, em 2018, que repetiria em 2022.
No futebol de praia, a FPF, sob o comando de Fernando Gomes, já tinha uma herança de resultados, que ampliou na última década, com mais dois títulos mundiais (2015 e 2019) e cinco europeus (2015, 2019, 2020, 2021 e 2024).
Antes de chegar à FPF, Gomes lançou as suas bases no dirigismo no FC Porto, clube em teve papel importante, primeiro como basquetebolista e, depois, dirigente, bem como na Federação Portuguesa de Basquetebol.
No futebol, ganhou espaço ainda ao serviço dos dragões, como diretor-geral e administrador da SAD para a área financeira, antes de assumir em 2010 a presidência da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, organismo em que se manteve pouco mais de um ano, já com a FPF no horizonte.
E foi como líder da FPF, primeiro na sede em Lisboa, e depois já na Cidade do Futebol, em Oeiras, um complexo desportivo que nasceu também debaixo da sua gestão, que atravessou quatro Europeus (2012, 2016, 2020 e 2024) e três Mundiais (2014, 2018 e 2022).
Aos muitos troféus, o dirigente juntou a obra: com o erguer da Cidade do Futebol, o "quartel-general" das seleções, inaugurada em 2016, a que Fernando Gomes juntou no último ano a Arena Portugal, um pavilhão multifuncional, no que era uma promessa, cumprida, para o futsal português.
Ainda ao lado da Cidade do Futebol, Gomes lançou um projeto que permitiu dar maior visibilidade à FPF em todas as suas áreas, com a criação em 2019 do canal de televisão 11, plataforma que passou a ter direitos de transmissão no futebol feminino, no futsal, em várias ligas do futebol masculino (Liga 3, Campeonato Portugal, Taça de Portugal, entre outras).