24 fev, 2025 - 17:47 • Inês Braga Sampaio
Da Liga Portugal para a Federação Portuguesa de Futebol (FPF), de que é agora presidente, Pedro Proença continua a fazer do IVA sobre espetáculos desportivos uma das suas principais lutas.
No discurso de tomada de posse, esta segunda-feira, o antigo árbitro lamenta a "discriminação negativa" contra o futebol no campo fiscal.
"O IVA dos espetáculos desportivos tem de ser equiparado a qualquer outro espetáculo que se desenvolva em Portugal. Não queremos que seja menos que os outros, mas queremos que termine este abuso e esta tremenda injustiça", aponta.
Proença também realça a necessidade de "reter o tanto talento" que se forma em Portugal: "O IRS sob atletas de alto potencial abaixo dos 23 anos vai precisar de uma resposta inadiável."
O novo presidente da FPF destaca, ainda, o "maior fator crítico de crescimento" do futebol português é a falta de infraestruturas desportivas, para as quais pede um Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) nacional. E dá um exemplo.
"Vivemos num país em que os treinos das raparigas e das jovens 13, 14 e 15 anos são atirados para as 20, 21 e 22 horas porque antes os campos estão ocupados por rapazes", lamenta o presidente da FPF, para quem, "se queremos provar que apostamos no feminino, na igualdade de género, em oportunidades semelhantes", há que operar mudanças: "Se não tivermos o PRR, uma bazuca, para as infraestruturas desportivas, o país vai continuar a crescer em grupo de praticantes de forma anémica."
"Arbitragem e Disciplina precisam de nós. (...) Profissionalizar tudo e todos e exigir a máxima responsabilidade. Explicar, explicar, explicar sem medo. Humanizar os hábitos e traduzir decisões disciplinares. Fazer da redução dos prazos de decisão o objetivo garantido", vinca.
Uma das lutas de Proença enquanto presidente da Liga foi a centralização dos direitos audiovisuais do campeonato, "uma espécie de maioridade sempre adiada". E pede: "Nem um passo atrás."
No campo do futebol de seleções, Pedro Proença destaca que o caminho para a organização do Mundial 2030, que será realizado em conjunto com Espanha e Marrocos, "exige que estejamos à altura".
Também sublinha que, para o futuro das várias seleções nacionais, o objetivo é um só: "Ganhar. Ganhar muito."
De volta ao futebol de clubes, Pedro Proença apela ao auxílio de FC Porto, Sporting e Benfica na fomentação da união.
"O futebol é um jogo de equipa. Sozinhos não ganhamos jogo nenhum. É um facto que Benfica, Porto, Sporting são os nossos clubes maiores. Mas o Braga já desafia a lógica tripartida. E outros se seguem porque o topo da pirâmide exige existe capacitação, competência e espírito coletivo futuro", sustenta.
Por fim, uma garantia. Pedro Proença avisa, na tomada de posse como novo presidente da FPF, que o seu programa "não é para cumprir, é para superar".