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Conselho de Disciplina da FPF arquiva denúncia sobre alegado sacrifício animal no Boavista

24 mar, 2025 - 18:30 • Eduardo Soares da Silva , Inês Braga Sampaio com Redação

Denúncias anónimas feitas em 2024 foram arquivadas pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol. PAN encaminhou processo para o Ministério Público.

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Foi arquivada pelo Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) uma denúncia sobre de supostos "sacrifícios de animais para efeitos de bruxaria" no Boavista. A SAD do clube não presta declarações.

Em causa estão imagens, a que o jornal "Record" teve acesso, que teriam sido captadas no Estádio do Bessa, com, aparentemente, o senegalês Fary Faye, atual presidente do Conselho de Administração da SAD boavisteira, como um dos protagonistas. O CD da FPF decidiu arquivar o caso devido à falta de evidências quanto à veracidade das imagens e ao local e momento em que foram captadas.

Vítor Murta, ex-presidente do Conselho de Administração da SAD, terá testemunhado que as imagens captadas teriam "mais de seis anos". Segundo o CD, "não há segurança e certeza jurídicas suficientes" para avaliar de forma concreta as provas "quanto à sua genuinidade ou integridade".

Caso entregue ao MP

O processo remonta a finais de 2024, com base numa denúncia anónima, como confirma à Renascença a dirigente do PAN Tânia Mesquita.

"Tivemos conhecimento ainda no final do ano passado, através de uma denúncia anónima que foi feita chegar à nossa sede, de que haveria alguns rituais, algumas práticas de sacrifícios animais, como forma de promessas, para que os jogos pudessem correr bem. Foi aquilo que na altura foi invocado. O que fizemos foi o que o PAN faz sempre nestas circunstâncias: através da nossa secretaria de ação jurídica, encaminhar a denúncia para as entidades competentes, para que haja lugar à abertura de competente inquérito", refere.

O partido encaminhou o assunto para o Ministério Público (MP), e neste momento, aguarda a conclusão desse inquérito, não tendo, ainda, sido notificado de "nenhuma diligência", sublinha Tânia Mesquita.

Apesar do posicionamento de condenação de quaisquer eventuais atos violentos contra animais, e de lamentar o arquivamento do inquérito, o PAN compreende que "possa não ter havido evidências necessárias" na ótica do Conselho de Disciplina da FPF.

"Da parte do PAN, assegurámo-nos que a questão está entregue ao Ministério Público, para aferir o que se passou, o que pode estar a passar-se. Também tínhamos tido informação de que não era uma situação isolada, que esta prática já ocorreria há alguns anos, portanto, aguardamos", salienta.

Duas denúncias

A primeira denúncia foi recebida pelo Conselho de Disciplina da FPF no dia 4 de outubro de 2024, e expunha alegadas práticas ritualísticas, com imagens em vídeo a acompanhar, supostamente gravadas no túnel de acesso aos balneários.

A segunda denúncia surgiu a 9 de dezembro, uma carta anónima escrita por "um conjunto de pessoas de que fazem parte trabalhadores, ex-trabalhadores, dirigentes, ex-dirigentes e adeptos anónimos" do Boavista, em que Fary Faye seria acusado de praticar "atos criminosos sobre animais, matando-os nas instalações do Estádio do Bessa". Estas supostas ações ritualísticas seriam praticadas para "dar sorte nos jogos", refere a carta, que também remete para vídeos e fotografias.

O CD da FPF arquivou a queixa devido à "impossibilidade de identificação de qualquer interveniente nos factos denunciados e melhor retratados nos ficheiros vídeo juntos aos autos, cuja autenticidade e fidedignidade, aliás, igualmente se não logrou demonstrar".

[Notícia atualizada às 19h21]

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