25 mar, 2025 - 18:53 • Inês Braga Sampaio
A Federação Portuguesa de Futebol (FPP) diz ter sido "surpreendida" com a realização de buscas na sua sede, por parte da Polícia Judiciária (PJ), esta terça-feira, no âmbito da Operação "Mais-Valia".
Em comunicado, a Direção liderada por Pedro Proença garante que "será totalmente inflexível na defesa dos interesses da instituição" e que se constituirá assistente "em todo e qualquer processos que lesem os interesses patrimoniais e/ou reputacionais da FPF".
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Ainda assim, a FPF lembra que os factos sob investigação são "relativos a anteriores mandatos, nomeadamente aos anos entre 2016 e 2020". Diz também que "intensificará" as medidas de auditoria iniciadas no dia 17 de março pela consultora internacional PWC .
"A Federação Portuguesa de Futebol irá até às últimas consequências face a qualquer prática ilícita ou criminal que venha a ser apurada e agirá de forma absolutamente intransigente relativamente a todas e quaisquer pessoas que tenham lesado os seus interesses", lê-se.
A Operação "Mais-Valia" trata de suspeitas dos crimes de recebimento indevido de vantagem, corrupção, participação económica em negócio e fraude fiscal qualificada, segundo comunicado da PJ.
A PJ executou 20 mandados de buscas e apreensão em domicílios, instituição bancária, estabelecimentos e sociedades de advogados, nos distritos de Lisboa, Setúbal e Santarém, incluindo na FPF, esta terça-feira. Foram constituídos dois arguidos, conforme adiantou fonte judicial à Renascença: um ex-secretário geral da Federação e um empresário.
"No decurso da investigação, foram identificadas um conjunto de situações passíveis de integrarem condutas ilícitas relacionadas, sobretudo, com a intermediação da venda da antiga sede da Federação Portuguesa de Futebol na Rua Alexandre Herculano, n.º 58, Lisboa", lê-se.
O imóvel foi vendido por 11,25 milhões de euros, de acordo com a PJ. Em outubro de 2018, a FPF deu conta da venda da sua antiga sede por 3,9 milhões de euros. Isto representa um desfasamento de cerca de 7,35 milhões de euros entre os valores citados pela PJ e pela FPF.
O diretor nacional da PJ garantiu também que o ex-presidente da FPF, Fernando Gomes, e Tiago Craveiro, ex-diretor-geral, "não são visados", mas admitiu que haverá "mais arguidos e mais envolvidos".