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Operação "Mais-Valia". Diretor nacional da PJ "iliba" Fernando Gomes e prevê "mais arguidos"

25 mar, 2025 - 18:22 • Inês Braga Sampaio

Acompanhado de Fernando Gomes, Luís Neves garante não haver "qualquer indício" do envolvimento do ex-presidente da FPF nos alegados ilícitos investigados pela PJ.

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O diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ) garante que Fernando Gomes, ex-presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), e Tiago Craveiro, ex-diretor-geral, "não são visados" na Operação "Mais-Valia" e admite que haverá "mais arguidos e mais envolvidos".

Luís Neves surgiu acompanhado de Fernando Gomes para falar aos jornalistas, à entrada do Centro Cultural de Belém, onde o gestor toma posse como novo presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), esta terça-feira.

O diretor nacional da PJ recusa que Gomes saia fragilizado desta situação e "iliba-o", assim como a Tiago Craveiro, cujo nome também foi falado, na imprensa, como um dos possíveis visados.

"Há arguidos constituídos, não há arguidos detidos. Fernando Gomes e Tiago Craveiro não são visados nesta investigação, não há qualquer indício. A investigação já tem anos, tem um objeto bem delineado, temos os suspeitos bem identificados", sublinhou o diretor nacional da PJ.

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A PJ executou 20 mandados de buscas e apreensão em domicílios, instituição bancária, estabelecimentos e sociedades de advogados, nos distritos de Lisboa, Setúbal e Santarém, incluindo na FPF, esta terça-feira. Foram constituídos dois arguidos, conforme adiantou fonte judicial à Renascença: um ex-secretário geral da Federação e um empresário.

Luís Neves recusa adiantar nomes, porque "ainda há atos que estão a decorrer", no entanto, admite: "Perspetiva-se que haja mais arguidos e mais envolvidos nesta situação."

O diretor nacional da PJ afirma, ainda, ter-se deslocado à sede do COP, esta terça-feira, para a tomada de posse de Fernando Gomes como novo presidente: "Estou aqui para lhe dar um abraço."

"Agradecer o trabalho que fez à frente da Federação e desejar as melhores felicidades nesta nova etapa da sua vida. Para nós, enquanto país, e para o desporto, sobretudo para a juventude, é muito relevante e eu estou aqui para lhe dar vivo testemunho do nosso apreço", acrescenta.

Operação "Mais-Valia"

A Operação "Mais-Valia" trata suspeitas dos crimes de recebimento indevido de vantagem, corrupção, participação económica em negócio e fraude fiscal qualificada, segundo comunicado da PJ.

"No decurso da investigação, foram identificadas um conjunto de situações passíveis de integrarem condutas ilícitas relacionadas, sobretudo, com a intermediação da venda da antiga sede da Federação Portuguesa de Futebol na Rua Alexandre Herculano, n.º 58, Lisboa", lê-se.

O imóvel foi vendido por 11,25 milhões de euros, de acordo com a PJ. Em outubro de 2018, a FPF deu conta da venda da sua antiga sede por 3,9 milhões de euros. Isto representa um desfasamento de cerca de 7,35 milhões de euros entre os valores citados pela PJ e pela FPF.

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