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Liga Portugal

"Indústria do futebol destaca-se face às restantes". Receitas dos clubes ultrapassam os mil milhões

27 mar, 2025 - 16:01 • João Filipe Cruz

O Anuário do Futebol Profissional Português revela que na época passada houve novos máximos batidos. A Bola Branca, Miguel Farinha fala em "boas notícias".

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A oitava edição do Anuário do Futebol Português, produzido pela EY em parceria com a Liga Portugal, revela que as receitas geradas pelos clubes profissionais seguem uma tendência crescente. Pelo nono ano consecutivo houve resultados positivos entre as sociedades desportivas e foi ultrapassado um número redondo: 1.073 milhões de euros em receitas.

"É a primeira vez que as sociedades desportivas atingem este valor. A única rúbrica que regista uma ligeira quebra é a das competições europeias e é circunstancial. Por outro lado, as receitas com transferências, direitos de televisão e merchandising aumentaram de forma consistente", explica Miguel Farinha, Country Managing Partner da EY, a Bola Branca.

O Futebol Profissional em Portugal mantém o contributo para o PIB nacional, que se fixou em 662 milhões de euros. Neste parâmetro registou-se uma ligeira queda face ao último Anuário, referente à época 2022-23, uma vez mais devido "às receitas provenientes das competições europeias".

O líder da consultora responsável pelo estudo dos números da indústria do futebol português destaca também os 268 milhões de euros em impostos e contribuições ao Estado português, que representa uma subida de 18%, e é explicado pelo crescimento do número de trabalhadores associados ao desporto.

"O número de empregos subiu bastante. Há agora cerca de 4.400 pessoas ligadas ao futebol, entre jogadores, técnicos ou funcionários dos clubes e este número leva a um crescimento nos impostos coletados pelo erário público português", detalha Miguel Farinha.

O CEO da EY não em dúvidas de que o negócio do futebol em Portugal é dos mais prolíferos quando comparado com outras indústrias nacionais.

"Quantas indústrias portuguesas temos no top-6 da Europa? Poucas. Quantas crescem a este ritmo? Muito poucas. Por isso, é uma indústria que merece ser, cada vez mais, acarinhada. Para não falar de que é a indústria onde temos os melhores do mundo", vinca.

Miguel Farinha não deixa de destacar que o futebol terá de responder a desafios futuros como "aproximar-se mais do adepto", "valorizar as sociedades desportivas", "ter maior controlo do fair-play financeiro" e também "valorizar o futebol feminino". E há ainda ainda a questão da centralização dos direitos televisivos, iniciada pela anterior direção da Liga, que vai ter ainda mais impacto nas receitas dos clubes e não só.

"Acreditamos todos que as receitas vão crescer via centralização e, por outro lado, vai alimentar os clubes que têm menos receitas. Não estamos a falar de retirar receitas aos grandes, mas sim de adicionar aos mais pequenos porque, se tiverem mais receitas, mais competitiva se tornam as ligas portuguesas", explica Miguel Farinha a Bola Branca.

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