24 abr, 2025 - 11:15 • Hugo Tavares da Silva
Os velhos conhecidos de Lisboa vão voltar a olhar-se nos olhos na final da Taça de Portugal no Jamor. Apesar do seu gigantismo, não aconteceu assim tantas vezes na história do futebol nacional. Esse jogo que faz brilhar os olhos de qualquer um (se for capaz de esquecer o que aconteceu em 1996, é certo…) ocorreu somente em oito ocasiões.
Vão encontrar-se o maior triunfador do torneio contra o terceiro maior. Benfica (39 finais), que nem sabe como é subir a escadaria do Jamor há oito anos, venceu o torneio 20 vezes. Já o Sporting (31 finais) fê-lo em 17 ocasiões, a última em 2019. O FC Porto está no meio, com 20 triunfos, tendo conquistado quatro das cinco últimas edições.
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Um homem morreu na suposta festa do futebol, depois disso nada importa (assessor do Presidente Sampaio explicou porque o jogo prosseguiu). Rui Mendes, adepto do Sporting de 36 anos, foi vítima de um very light assassino, que manchou de sangue as bancadas do Jamor e abriu uma clareira entre os revoltados adeptos leoninos. O jogo terminou 3-1: Mauro Airez marcou primeiro, depois João Pinto meteu dois; Carlos Xavier reduziu aos 83’, de penálti, que levou à expulsão de Ricardo Gomes.
O duelo entre dois ingleses no banco, John Mortimore (Benfica) e Keith Burkinshaw (Sporting), pingou para os que vestem a farda de vermelho. Diamantino fez dois golos a Damas. Marlon Brandão saltou do banco para reduzir.
A última vez que o Sporting conquistou uma Taça de Portugal ao Benfica foi pouco depois do 25 de Abril. Eusébio até ficou no banco. Nené marcou para os encarnados, Chico Faria empatou a um minuto dos 90. Foi necessário prolongamento e foi aí que os senhores orientados por Mário Lino meteram mais um golo na baliza de Bento. Marinho foi o herói.
Foi uma tarde memorável para Eusébio da Silva Ferreira. A lenda do Benfica meteu três golos a Vítor Damas, mas mesmo assim a coisa esteve longe de ser um passeio. Fernando Peres e Dinis fizeram os golos que deram o dois-dois no tempo regulamentar. Foi necessário jogar-se o prolongamento no Jamor. Aos 118’, Eusébio voltou a agitar as redes que rugiam e a equipa de Jimmy Hagan celebrou mais um triunfo na Taça de Portugal.
A mais desnivelada final entre os rivais de Lisboa deu-se a 27 de junho de 1971. O grupo de Fernando Vaz passou por cima de Eusébio, Simões, Jaime Graça e companhia e ao intervalo já vencia por 3-0. No final contaram-se quatro golos na baliza de José Henrique, cortesia de Dinis, Nélson Fernandes e Chico Faria, em dose dupla. Foi Eusébio que fez o único golos das águias, de penálti.
Com José Augusto como treinador do Benfica, os rapazes da frente deram conta do recado: Artur Jorge, José Torres e António Simões fizeram os três golos para os encarnados, contra o solitário golo de Fernando Peres. Mata da Silva, defesa do Benfica, foi expulso aos 64’, pouco depois de Simões fazer o três-zero.
Puxando a fita muito atrás, temos mais um dérbi na final da Taça de Portugal que sorriu ao Benfica. Arsénio Duarte virou o marcador em dois minutos, depois de João Martins colocar os sportinguistas em vantagem logo a seguir ao intervalo. Foi mais um momento de Glória de Otto.
A mais espectacular e sumarenta final entre Benfica e Sporting deu-se a 15 de junho de 1952. Albano fez o 1-0 para o Sporting, Rogério Pipi empatou. Corona meteu o Benfica em vantagem, Rola empatou para o Sporting, Jão Martins virou para o Sporting e mais um de Rola parecia encaminhar a coisa para os leões. Rogério Pipi, que falhou um penálti, reduziu para 4-3. José Águas empatou aos 73’ Quando Reis Santos já pensava em encher os pulmões de ar e soprar o apito, Pipi assinou o hat-trick e ofereceu ao Benfica a primeira Taça de Portugal contra o grande rival da cidade.