20 nov, 2024 - 19:48 • Carlos Calaveiras
José Manuel Araújo, atual secretário-geral do Comité Olímpico de Portugal (COP), anunciou, esta quarta-feira, a sua candidatura à presidência do COP para o ciclo olímpico 2025-2029.
A candidatura foi apresentada na sede do Comité Olímpico, em Lisboa, e contou com a presença de várias personalidades do desporto.
Entre os presentes estiveram as Federações de Andebol, Voleibol, Ginástica, Desportos de Inverno, Tiro, Tiro com Armas de Caça, Campismo e Montanhismo, Padel, Escalada, Filatelia e ainda a Confederação de Treinadores, assim como o antigo Presidente do COP, Comandante Vicente de Moura, os antigos atletas Ricardo Andorinho (Andebol) e João Neto (Judo) ou antigos dirigentes de renome como Fernando Mota (FPA), Vitor Mota (antigo Secretário-Geral do COP) e Manuel Boa de Jesus (Chefe da Missão Olímpica Pequim 2008).
Somou-se ainda o apoio dos ex-atletas olímpicos João Rodrigues e Diana Gomes, que vão fazer parte da equipa, em caso de vitória.
José Manuel Araújo, de 60 anos, exerce desde março de 2013 o cargo de secretário-geral do COP, tendo trabalhado diretamente com José Manuel Constantino, de quem se tornou braço-direito ao longo dos três mandatos.
No press divulgado, Araújo escreve que “a sua candidatura representa a continuidade de um percurso de forte empenho na promoção do desporto e na representação de Portugal em organismos internacionais de relevo”.
José Manuel Araújo diz trazer “uma vasta experiência em liderança e gestão de projetos desportivos”.
Foi presidente da Assembleia Geral da Federação de Ginástica de Portugal de 2004 a 2012 e membro do Conselho Nacional do Desporto de 2011 a 2013. Desde 2015 até 2023, integrou o Conselho de Arbitragem Desportiva do Tribunal Arbitral do Desporto (TAD). A nível internacional, Araújo tornou-se o primeiro português eleito para a Comissão Executiva dos Comités Olímpicos Europeus (COE), onde exerce mandato desde 2021, destacando-se ainda como Presidente da Comissão União Europeia e Relações Internacionais dos COE, cargo que ocupa desde 2021.
Já na carta de apresentação, José Manuel Araújo reforça que “os bons resultados desportivos e a excelência da administração, que colocam a reputação do Comité em níveis muito altos, não podem criar a sensação de que tudo está feito”.
Por isso, “é preciso ter ambição para subir patamares, elevar fasquias, encarar novos desafios”.
A candidatura tem diversas razões para avançar, segundo o candidato:
“Estive presente na gestão do Comité durante os últimos anos – e sei muito bem o quanto custou chegar aqui. Mas também sei que é muito fácil - e rápido - perder o que se conquistou.
Porque sei que comigo a autonomia e independência do Comité são princípios que defendem esta instituição de influências externas, sejam de que origem forem.
Porque o prestígio internacional que obtivemos, com a minha eleição para a Comissão Executiva dos Comités Olímpicos Europeus, a atribuição da organização da Assembleia Geral da ANOC e dos Jogos do Mediterrâneo de Praia em 2027, o papel de referência do COP em vários palcos internacionais são garante do respeito que temos do COI e dos outros Comités Olímpicos Nacionais”.
Apesar de tudo isto, José Manuel Araújo espera “fazer mais – muito mais – no ciclo que agora começa”.
“Esta candidatura - para quem me conhece bem - será sempre de proximidade. Intransigente com princípios e aberta ao diálogo.
Estará focada no apoio aos atletas, aos treinadores, às Federações, reforçando as condições financeiras para todos.
Com mais recursos garanto maior investimento e execução no Programa Esperanças Olímpicas, que irá integrar um Programa de Deteção e Desenvolvimento de Talentos à escala nacional.
O modelo de ligação e parceria com as Federações será reforçado, com a promoção de Cimeiras de Presidentes para partilha de boas práticas, criando condições para um alinhamento estratégico absolutamente necessário para o desenvolvimento desportivo do País”.
Araújo não tem dúvidas: “O COP tem de assumir um papel ativo no desenho do Modelo de Desporto para Portugal. A ação da nossa equipa, independente e imparcial, tem de resultar em alterações legislativas e consequentes medidas que concretizem a visão de um desporto reconhecido social e politicamente, desde a alteração do mecenato desportivo ao estatuto do dirigente voluntário associativo.
O candidato acrescenta que “também na dimensão desportiva é preciso partilhar conhecimentos”.
Por isso dinamizarei reuniões técnicas de Diretores Desportivos ou Diretores Técnicos Nacionais de todas as Federações, Olímpicas e não Olímpicas, e reforçarei a proximidade com todos os intervenientes no fenómeno desportivo, designadamente os árbitros e juízes.
O ainda secretário-geral do COP espera voltar a ter um membro do Comité Olímpico Internacional de nacionalidade portuguesa e manter a presença na Comissão Executiva dos Comités Olímpicos Europeus.
“Na dimensão desportiva internacional, estou muito motivado em dar ao COP as melhores condições para organizar os Jogos do Mediterrâneo de Praia em Portimão e Lagoa no ano de 2027”.