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Mundial de andebol

Paulo Jorge Pereira: "Se pensarmos bem em quem estava atrás de nós na main round, Deus me livre..."

28 jan, 2025 - 16:10 • Hugo Tavares da Silva

O Portugal-Alemanha, a contar para uns inéditos quartos de final num Mundial para os portugueses, joga-se na quarta-feira, às 19h30, em Oslo, na Noruega.

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O selecionador Paulo Jorge Pereira de andebol falou aos jornalistas na véspera do duelo contra a Alemanha (quarta-feira, 19h30), em Olso, a contar para os quartos de final do Mundial de andebol, uma fase que Portugal nunca atingira.

Sentámos virtualmente à mesa com Pereira e falou-se sobre a abordagem aos jogos, o estado emocional, a valorização do andebol nacional e a medalha que tem de pingar antes de morrer. “Já estou a ficar velho, vou fazer 60 anos em março."

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Equilíbrio emocional

“Até agora estamos a falar de seis jogos, empatámos uma vez contra a Suécia, tem sido fantástico. Fomos buscar várias vezes alguns jogos em que em determinados momentos perdemos o controlo do resultado. Nesse aspecto estamos todos melhores.”

Equilíbrio emocional II

“A forma de abordar os jogos mentalmente já está [em estado] definitivo. O que contribuiu para isso é o facto de termos muitos atletas que estão envolvidos em competições de altíssima exigência, na seleção e nos clubes. São muitos anos. Recordo-me de 2020 e até os árbitros olhavam para nós como outsiders, que tinham caido ali e nem sabiam donde vínhamos. Até isso conseguimos ganhar, o estatuto vai-se adquirindo, hoje em dia, toda a gente nos respeita muito mais, também somos simpáticos. Respeitam-nos muito mais que antes. Já nos têm consideração.”

Jogo dos quartos contra a Alemanha

“Espero que contra a Alemanha também seja assim, que a abordagem seja essa. Vamos lutar pela meia-final até à última molécula de atp.”

Alemanha II

“Os alemães estavam aqui ao lado a fazer a entrevista, e o selecionador disse 500 vezes a palavra Portugal. Somos mais respeitados. Isso faz com que nos sintamos melhores, mais confiantes, isso é tudo um plus. Vai-se adquirindo com experiência de participar nas competições, esta é a sétima, a caminho da oitava, no próximo Europeu. São coisas que se adquirem, é uma experiência. É tudo a somar para depois podermos abordar jogos e competições de outra forma.”

Objetivo

“Chegados aqui não há equipas fracas, mesmo as anteriores. Aqui há dois dias eu olhava para a classificação final do main round e nós à frente daquelas seleções todas… foi um gosto, foi uma coisa brutal. Se pensarmos bem em quem estava atrás de nós, Deus me livre. Não há equipas fracas, nem no main round. Pode apanhar-se uma equipa mais fraquita, o Chile ainda está num processo de melhoria em termos de competitividade, mas foi a única que apanhámos que teoricamente era mais fraca. Então, agora, podiam escolher qualquer uma… a Alemanha vai ser um osso duríssimo de roer, temos de estar no máximo do nosso potencial em termos táticos, técnicos e emocionais para podermos ganhar contra uma seleção forte e candidata a medalhas.”

Plano

“Não vou fazer nada diferente, será tudo como temos feito. Estamos a encontrar o que é melhor para nós, para as características dos jogadores que temos, aproveitando a relação que trazem dos clubes, mais no caso do Sporting. Há uns anos era do Porto. Vamos em 20 treinos, é difícil às vezes encontrar e ter tempo para encontrar as melhores soluções. Temos um grupo de pessoas fantásticas, que também coopera de uma forma aberta e descontraída para encontrarmos soluções, é um pouco dividido por toda a gente. Tem sido um sucesso, conseguimos melhorar o nosso resultado. Sinto que, em Portugal, pouco a pouca se começa a olhar um pouco mais para o andebol a cada ano que passa.”

Perigos

“Agora é controlar o facto de querermos ganhar o jogo rapidamente, perdemos um pouco a paciência e a capacidade para lutar de forma continuada. Em termos emocionais, todos queremos chegar à meia-final. O objetivo é claríssimo.”

Medalha

"Não vale a pena estarmos a falar em medalhas se não passamos à meia-final, isso é impossível, portanto temos que dar um passo de cada vez. Mas eu até posso abrir o jogo… Nós sempre falámos em medalhas entre nós e a frase que eu lhes disse logo no início foi que eu não queria morrer sem ter uma medalha com Portugal. E já estou a ficar velho, vou fazer 60 anos em março. Eu não queria morrer sem levar uma medalha com Portugal. Disse-lhes isto logo na primeira conversa que tivemos. Claro que o primeiro objetivo era chegar aos quartos de final, agora o objetivo é a meia-final, mas sempre falámos em medalhas..."

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