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Ténis

Do anonimato ao top-100 num ano: a história de Jaime Faria, a nova coqueluche do ténis nacional

25 fev, 2025 - 11:05 • Redação

Descobriu o amor pelo ténis aos seis anos. Pegou na raquete, desatou a ganhar jogos e alimentou a gaveta do prazer. Chegou agora ao top-100, tornando-se no oitavo português a consegui-lo e o segundo mais jovem.

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Nascido na capital portuguesa, Jaime Faria tem 21 anos e é um tenista português em ascensão. Atingiu agora o top-100 mundial, mas há um ano estava fora dos 400 melhores do mundo.

Foi em 2010 que o tenista, então com seis anos, descobriu o amor ao ténis. Foi com o pai, pela primeira vez, assistir a um jogo, no Algarve. Não quis ficar na zona destinada a crianças, foi a exceção no meio de muitos e preferiu optar por uma vista privilegiada no Grand Champions. E, desde aí, algo o fascinou e pediu aos pais para começar a jogar também. Algo despertou nele a vontade de também pegar nas raquetes, fazer voar bolas e viver a magia do court.

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Ingressou na federação aos 16 anos e, ao longo do tempo, as conquistas têm surgido. Nem sempre correu bem e, em 2024, numa entrevista à Renascença, revelou ter “sempre muito respeito por todos os outros jogadores e pela derrota”.

O início dessa época foi um sonho. Jaime Faria triunfou em quatro torneios ITF no Algarve, entre fevereiro e março de 2024, em Vila Real de Santo António, Faro, Quinta do Lago e Vale do Lobo.

As essas quatro vitórias juntou a estreia num torneio ATP, em casa, no Estoril Open, onde Faria ganhou dois jogos no qualifying diante de Lukas Klein e Máté Valkusz, alcançando o desejado quadro principal.

Acabou por vacilar com Jorda Sanchis, na primeira ronda, quando era favorito. Habituado aos Futures, admitiu que, daquela vez, sentia que a raquete tinha um peso diferente.

“Não estou habituado a jogar com tanta gente, nos Futures há público mas não é assim, e a lidar com as expectativas de ser favorito… Lá está, é tudo novo para mim, vai tornar-se um hábito, espero eu, o mais breve possível.”, relatou à Renascença.

Os quatro triunfos em quatro semanas seguidas deixaram Faria mais confiante. “Deu-me uma vida extra, mas é um bocadinho fruto e prémio do trabalho que tive ao longo dos anos.”

Depois da magia da estreia num torneio ATP, no Estoril, seguiu-se um período de “queda” para o tenista português. O rendimento no treino deixou de ser o mesmo e começou a perder nas primeiras rondas.

Mas recuperou, levantou-se e, em outubro, o tenista ascendeu ao lugar 147.º do ranking, depois de atingir a final do Challenger de Valência, que acabou por perder contra o espanhol Pedro Martinez, na altura 39.º no ranking. Jaime Faria tornou-se, assim, no décimo português da história a alcançar o top 150.

Mas ele não estava saciado.

Ainda em outubro, Jaime conquistou o seu segundo título Challenger em singulares, em Curitiba, no Brasil. Foi a primeira vez naquela categoria. Na final derrotou o sueco Elias Ymer.

O triunfo na cidade de Curitiba permitiu-lhe ser cabeça de série no qualifying do Open da Austrália, onde superou três tenistas e alcançou a segunda ronda, depois de vencer Pavel Kotov na estreia em majors, em janeiro deste ano.

Seguiu-se Novak Djokovic, na belíssima Rod Laver Arena, repleta de gente. Jaime Faria perdeu, mas ganhou-lhe um set e elogios saídos da boca do mítico tenista sérvio.

O homem da história com mais títulos do Grand Slam não ficou indiferente ao talento do tenista português: “Ele estava a jogar um ténis fantástico. No final do segundo set e no início do terceiro tive de aguentar a tempestade. (...) Ele não tem nada a perder. Está a começar, é grande e muito jovem. Disse-lhe no final, na rede, que o futuro dele será brilhante e que devia continuar a lutar.”

O jovem tenista português, que em abril de 2024 confidenciava à Renascença que o foco era total no trabalho e que “havia muitos objetivos para cumprir”, conseguiu uma evolução da 411.ª posição do ranking ATP para um lugar no top-100 mundial, na 87.ª posição, em pouco mais de um ano.

Na semana passada, beneficiando do estatuto de “lucky loser”, Jaime Faria conseguiu alcançar os quartos de final no Rio de Janeiro, o que lhe permitiu ascender mais 20 posições na hierarquia mundial.

Tornou-se, assim, o segundo português mais jovem da história a atingir o top 100, aos 21 anos, 6 meses e 18 dias, apenas batido por Nuno Marques, que se estreou com 20 anos, 11 meses e 23 dias. A esse patamar só chegaram oito portugueses.

Faria juntou-se ao grupo exclusivo de tenistas nacionais que já conseguiram chegar ao top-100, nomeadamente João Sousa, Nuno Borges, Gastão Elias, Rui Machado, Frederico Gil, Nuno Marques e Pedro Sousa, o seu atual treinador.

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