27 fev, 2025 - 16:14 • Lusa
O antigo secretário de Estado do Desporto Alexandre Mestre anunciou que não vai ser candidato à presidência do Comité Olímpico de Portugal (COP), criticando a "bipolarização" da campanha entre Laurentino Dias e Fernando Gomes.
"De cinco pré-candidatos ficámos três. Foi então criada uma lógica de bipolarização. Esse facto, aliado a um processo eleitoral muito condicionado a diferentes títulos, gerou a perceção da necessidade de um voto útil (...). Neste enquadramento, não estando preenchidos os requisitos formais para formalizar a candidatura aos órgãos estatutários do COP, não serei candidato a presidente do COP", declarou Mestre, em comunicado divulgado esta quinta-feira, último dia para formalização das candidaturas.
A corrida às eleições do COP, marcadas para 19 de março, fica, assim, reduzida a Laurentino Dias, outro antigo governante com a pasta do setor, e ao ex-presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) Fernando Gomes.
Antes, também Jorge Vieira, antigo presidente da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA), e o secretário-geral do COP, José Manuel Araújo, desistiram de ir a votos, este último integrando como 'vice' a candidatura de Laurentino Dias.
Desejando "felicidades aos dois candidatos", Alexandre Mestre pede eleições a decorrer "num clima livre e democrático", repleto de "debate de ideias e de programas".
"É fulcral e urgente debater o futuro de uma instituição ímpar e centenária como o COP, e responder cabalmente do movimento olímpico português, desde já a três ciclos olímpicos, aproveitando novas oportunidades de investimento no desporto português e posicionando-o no plano internacional", declara.
Quando avançou para a candidatura, afirma, fê-lo "com muita paixão, ambição e espírito de missão", tendo contactado "com muitos agentes desportivos" e outras personalidades com vista à elaboração do programa, "com mais de eixos estratégicos" e fundado "nos valores e ideais de Pierre de Coubertin".
Na retirada da candidatura, elenca várias "propostas transversais" que deixou, de serviços técnicos centralizados a recomendações institucionais e de financiamento, agradecendo os apoios públicos e privados que recebeu, bem como à equipa que liderou.
"Saio deste processo, mas nunca da minha dedicação à causa olímpica, como sempre fiz nestas décadas, nas Academias Olímpicas nacional e internacional; nos Comités Português e Internacional Pierre de Coubertin; no Governo; na advocacia; como professor e investigador universitário", acrescentou.
A fechar, o jurista e advogado, de 51 anos, manifesta-se "feliz e realizado" por continuar fiel aos seus princípios, incluindo "o respeito pelos princípios éticos fundamentais".
O prazo para a formalização das candidaturas ao COP termina hoje, tendo cada uma de ser subscrita por nove federações olímpicas.
As eleições marcadas para 19 de março vão eleger o sucessor de Artur Lopes, que assumiu a presidência do COP após a morte de José Manuel Constantino em agosto passado.