19 mar, 2025 - 18:00
A boxer argelina Imane Khelif acredita que vai defender o seu título olímpico, em Los Angeles 2028 e garante que as políticas do Presidente Donald Trump contra atletas transgénero não a afetam.
“O Presidente dos Estados Unidos publicou uma decisão relacionada com atletas transgénero na América. Eu não sou transgénero, a lei não me preocupa e não me intimida”, referiu Imane Khelif, em entrevista à ITV.
A lei que Trump assinou a 5 de fevereiro opõem-se a que “atletas masculinos participem em desportos femininos por uma questão de segurança, lealdade, dignidade e verdade”.
A polémica estalou nos Jogos Olímpicos quando a italiana Angela Carini se retirou do combate de boxe contra a Imane Khelif poucos segundos depois de este ter tido início, por considerar que não estava a lutar contra uma mulher.
Em 2023, na India, a pugilista argelina Imane Khelif e a pugilista Lin Yu-ting, de Taiwan, foram excluídas pela Associação Internacional de Boxe (IBA) das finais da taça do mundo de boxe por terem chumbado num "teste de elegibilidade de género", que não foi especificado.
A Associação afirmou que as lutadoras “não cumpriram os critérios de elegibilidade para participação na competição feminina, conforme estabelecido e estabelecido no regulamento da IBA”.
Na sequência da polémica nos Jogos Olímpicos, o Comité Olímpico Internacional (COI) esclareceu que o nível de testosterona de Khelif está dentro dos parâmetros de uma mulher e que a argelina podia competir.
"Todos os atletas que participam no torneio de boxe dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 cumprem os regulamentos de elegibilidade e de participação na competição, bem como todos os regulamentos médicos aplicáveis e definidos pela Unidade de Boxe de Paris 2024.
Tal como em anteriores competições olímpicas de boxe, o género e a idade dos atletas são baseados no seu passaporte", afirma o COI, em comunicado.
O COI veio defender a participação da pugilista argelina e de Lin Yu-ting, de Taiwan, e contesta a posição da IBA.
“Vimos em notícias informações enganosas sobre duas atletas femininas a competir nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. As duas atletas competem há muitos anos em competições internacionais de boxe na categoria feminina, incluindo os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, campeonatos da Associação Internacional de Boxe (IBA), Campeonatos Mundiais e torneios sancionados pela IBA”, sublinha o Comité Olímpico.
Para o COI, as duas atletas foram vítimas de uma "decisão arbitrária da IBA" quando foram desqualificadas nos campeonatos de 2023.