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Liga Europa

"No final de contas, os golos são para se festejar": Anselmi e a celebração contra o Sporting

12 fev, 2025 - 16:05 • Inês Braga Sampaio

Treinador argentino explica os festejos acalorados diante do Sporting, elogia Ranieri, o treinador da Roma, e garante que não se amedronta, neste jogo que podia ser a final da Liga Europa: "Somos Porto, temos de ir buscar a vitória e mais nada."

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Martín Anselmi quer ver o FC Porto da segunda parte frente ao Sporting mais vezes e durante cada vez mais tempo. Perante a Roma de Claudio Ranieri, no play-off da Liga Europa, o treinador argentino espera que os dragões dêem mais um passo em frente na evolução e garante: seja quem for o adversário, o Porto tem de ir à procura da vitória "e mais nada".

Em conferência de imprensa de antevisão, esta quarta-feira, da receção aos italianos, a contar para a primeira mão do play-off, Anselmi vinca que a maior intensidade do Porto na segunda parte do clássico foi "um ajuste tático" e salienta que "quanto mais se repetir e sustiver e em maior quantidade de tempo durante os jogos", mais perto estará a equipa do que o técnico pretende. Agora, num encontro que podia ser uma final europeia, quer ver mais desse dragão que forçou o empate.

"Estou ciente da dimensão do adversário, mas também da dimensão da camisola que representamos. Estou com vontade de voltar a estar no Dragão, com os nossos, que eles nos empurrem e que nós os empurremos a eles. Porque, independentemente do rival que tenhamos pela frente, somos Porto e temos de ir buscar os três pontos. E mais nada", atira.

O FC Porto recebe a Roma na quinta-feira, a partir das 20h00, no Estádio do Dragão. A segunda mão do play-off de acesso aos oitavos de final realizar-se-á no dia 20 de fevereiro, às 17h45, no Olímpico de Roma. Jogos com relato em direto e acompanhamento ao minuto na Renascença.

Possíveis surpresas no estilo de jogo
"Essas 24 horas que tivemos a mais para preparar o jogo também serviu para que os jogadores descansassem, deu para lhes dar um dia livre, que há muito tempo que não tinham. Ter esse dia de recuperação e, depois sim, ter estes dias para preparar o jogo. Não é que um dia mais te permita que se veja algo diferente, mas sim que temos de tentar que a cada partida haja evolução no que queremos como modelo de jogo. Creio que se viu uma evolução do Rio Ave para o Sporting e, agora, queremos que se veja uma evolução do Sporting para a Roma."

Já está satisfeito com o nível de assimilação da ideia de jogo?
"Estou muito contente com o nível de profissionalismo, com o nível de entusiasmo, com a energia, com a intensidade, com a vontade de aprender que os jogadores têm. Temos comentado entre nós o profissionais que são e como estão sempre predispostos para ser melhores. Isso para todo o treinador é algo impagável. Que o grupo seja quem te convide a melhorar é muito importante. E a valentia que têm. Sei que temos uma ideia que requer entender um grande conjunto de situações, mas também muito esforço físico e mental, porque gostamos de pressionar alto, recuperar a bola o mais rapidamente possível, apertar quando perdemos a bola... Isso requer mente e esforço. E estamos a ver isso nos jogos. Estamos realmente muito contentes de estar no Porto e de trabalhar com estes jogadores."

O que falta para que o FC Porto seja intenso durante os 90 minutos?
"Não é uma questão de intensidade, é uma questão tática. Ou seja, [frente ao Sporting] os emparelhamentos entre a primeira e a segunda partes fizeram com que a equipa parecesse mais intensa. Porque na primeira parte as distâncias que tínhamos de correr e saltar eram mais longas, e ao serem mais longas o rival tinha mais tempo para resolver, o que nos fazia parecer menos intensos. Na segunda parte, como as nossas corridas eram mais curtas e estávamos mais perto do rival, fazia com que parecêssemos mais intensos. A verdade, de facto, é que, na segunda parte, recuperámos a bola em metade do tempo que na primeira. Mas foi um ajuste tático. Esperamos que isto que viram como maior intensidade na segunda parte se repita na maior quantidade de tempo possível em todos os jogos. Porque, quanto mais se repetir e sustiver e em maior quantidade de tempo durante os jogos, mais próximos estaremos do que queremos."

Festejo do golo do empate frente ao Sporting
"No final de contas, os golos são para se festejar. Mais além de um golo, a celebração é o que sai no momento. E nesse momento, saiu-me festejar assim, porque estávamos em casa, com a nossa gente, e creio que [o golo] significou a devolução da justiça ao jogo. Era isso que eu estava a celebrar, a recompensa pelo esforço que a equipa tinha feito. E isso vou celebrar sempre. O resto ficará para interpretação. Sou o que sou, faço as coisas como sou e não me escondo atrás de nada. Se me sai celebrar assim, celebro, e haverá outros [golos] que não celebrarei porque não surgiu."

Importância do primeiro jogo na eliminatória
"Da experiência que tenho, o primeiro jogo é determinante. Seja em casa ou fora. Mais além de ser uma série de 180 minutos, os segundos 90 estão condicionados pelos primeiros. Começas um jogo novo com um resultado estabelecido e esse resultado vicia o segundo jogo. Joga-se uma partida diferente, precisamente porque há um resultado. Não é o mesmo agora, que ainda faltam 180 minutos, que no segundo jogo, em que uma das equipas tem necessidade de virar o resultado, por exemplo. Não gosto da especulação de que jogar primeiro em casa é melhor ou pior, de que na segunda mão é que é a sério. Para mim, o primeiro jogo é muito importante e temos de entrar para ganhar."

Claudio Ranieri
"Em primeiro lugar, defrontar Ranieri para mim é um orgulho, uma motivação. Quando tinha 12 anos, admirava o seu talento pela televisão. É um treinador que viveu tudo, que tem uma grande experiência e ter a possibilidade de estar cara a cara com ele é um orgulho, sem dúvida. É um treinador super inteligente, que vai saber como tem de encarar a partida. A Roma é a Roma, é uma equipa grande e que tem de entrar em qualquer campo para vencer. Não sei se hei de esperar uma equipa defensiva, quem define essa estratégia é o treinador adversário. Nós preparámo-nos para qualquer possibilidade. Há um padrão de jogo da Roma, na sua forma de jogar, e preparámo-nos para isso. Que também mudou bastante consoante o adversário. Com o Milan vimos uma Roma mais na retranca e noutra situação a fazer uma pressão muito alta e homem a homem. Nós estamos preparados para as duas situações, temos de estar."

Em que é que o Porto tem de ser forte para vencer?
"O Porto tem de ser competitivo em todos os jogos até ao final, até ao último minuto da partida. Não posso permitir que uma equipa que eu treino não seja competitiva. Ser competitivo é resolver o que o jogo te pede com a máxima intensidade e a máxima interpretação. Não é só correr com e sem bola, é também arriscar o passe que tenho de arriscar, ir no duelo quando é preciso e jogar longo quando tenho de jogar longo. Fazer o que me pede o jogo, com a máxima intensidade e a máxima interpretação. Nesse grupo, vejo isso à flor da pele. Nós queremos ganhar todos os jogos e ficamos tristes se não ganharmos, porque gostamos de ganhar. Queremos vencer, somos competitivos. A Roma é uma equipa com bons jogadores, com bons pés, mais ainda se os deixarmos jogar. Temos de ter um Porto que tire tempo ao rival para tomar boas decisões. Se lhes damos tempo, entre a grande execução e a boa tomada de decisão que têm, vão poder controlar o jogo. E da forma que eu vejo o futebol, controlar o jogo é fundamental, com bola e sem bola. Controlar sem bola é recuperá-la o mais rapidamente possível, para podermos ficar com ela."

FC Porto-Roma podia ser uma final europeia
"Estou ciente da dimensão do adversário, mas também da dimensão da camisola que representamos. Nesse sentido, estou com vontade de voltar a estar no Dragão, com os nossos, que eles nos empurrem e que nós os empurremos a eles. Porque, independentemente do rival que tenhamos pela frente, somos Porto e temos de ir buscar os três pontos. E mais nada."

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