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FC Porto

Martín Anselmi: "O adepto é como a namorada mais difícil, não te vai dar amor porque sim"

14 mar, 2025 - 15:16 • Inês Braga Sampaio com Redação

Treinador assume que, em cada jogo, a sua equipa tem dois adversários: "O rival e o próprio FC Porto". No sábado, o rival é o AVS, a contar para a jornada 26 do campeonato.

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Martín Anselmi quer conquistar os adeptos do FC Porto como se conquista "uma namorada difícil", com boas exibições atrás de boas exibições e vitórias atrás de vitórias. Para isso, diz, os dragões enfrentam dois rivais a cada jogo: a equipa adversária e eles próprios.

"Tenho claro o clube que represento, tenho claro o trabalho que faço e o que fazemos como equipa técnica. E acredito muito nos nossos jogadores e naquilo que somos capazes de fazer. Sabemos no que temos de melhorar. Sabemos o que estamos a fazer bem. O adepto é como a namorada mais difícil, não te vai dar amor porque sim. E eu gosto disso, porque há que conquistá-la", vinca o treinador do FC Porto.

Martín Anselmi fez a antevisão da receção do FC Porto, terceiro classificado, ao AVS, 15.º, a contar para a 26.ª jornada do campeonato e marcada para sexta-feira, às 18h00, no Estádio do Dragão. Encontro com relato em direto e acompanhamento na Renascença.

Importância de voltar a jogar em casa
Só em três jogos é que pudemos estar em casa. São poucos os jogos que nos calharam estar no Porto. Quantas mais vezes jogarmos em casa, para nós é melhor. Então, sim, é importante voltar a jogar em casa. Sobre o AVS, é um rival que vem bem, com a mudança de treinador. Joga bem à bola, tem boas transições, tem jogadores rápidos. É um rival duro, temos de respeitar muito a forma como joga. E temos de estar preparados para as possíveis transições que vão querer lançar. E tentar jogar no meio-campo rival o máximo de tempo possível.

Derrota em Braga, alarme para a próxima jornada?
Creio que a equipa durante estes nove jogos teve momentos que estiveram perto do que queremos. Não teve um jogo completo em que nós digamos que é o que ambicionamos. Por momentos fizemos bem a parte ofensiva, por momentos a parte defensiva, por momentos tivemos boa reação à perda de bola, boa pressão, bons ataques... mas, pontualmente, não gostei de como defendemos na primeira parte com o Arouca. Gostei como defendemos na segunda parte. E gostei muito como defendemos com o Braga. O Braga não teve situações de golo. Teve uma transição na segunda parte, em que já estávamos à procura do empate. Na primeira parte, creio que o único remate à baliza foi de livre. Não houve situações de golo. Creio que estivemos juntos, estivemos bem na pressão, não permitimos o Braga jogar entre linhas. Os "expected goals" contra o Porto foram baixando desde o jogo com o Arouca. Em contrapartida, não gostei a equipa como atacou. Não atacamos bem. E temos de melhorar. Antes falávamos em melhorar a parte defensiva, e creio que melhorámos. Agora, temos de continuar a crescer por esse caminho. Mas creio que este será um bom jogo para mostrarmos o que queremos ofensivamente. Por momentos, aproxima-se do Porto a que queremos chegar. Mas não queremos momentos, queremos jogos. Por isso está a ser bom o tempo que temos tido de trabalho. Para poder ir ao fundo das matrizes e dos conceitos do nosso modelo de jogo. Creio que o Porto a cada fim de semana tem dois rivais: o rival e o próprio Porto. Temos de ganhar a nós mesmos, temos de ser melhores. Satisfaz-me ganhar ao rival, mas satisfaz-me mais ganhar e ser melhores. Ou seja, ganhar porque merecemos.

Contestação dos adeptos
Acreditem, tenho claro o clube que represento, tenho claro o trabalho que faço e o que fazemos como equipa técnica. E acredito muito nos nossos jogadores e naquilo que somos capazes de fazer. Sabemos no que temos de melhorar. Sabemos o que estamos a fazer bem. O adepto é como a namorada mais difícil, não te vai dar amor porque sim. E eu gosto disso, porque há que conquistá-la. Mas também sabemos que precisamos deles, que os temos de conquistar. E que estamos todos juntos. Quando se vai junto contra o que vem, geram-se essas dinâmicas que nos fazem invencíveis.

Como criar mais situações de perigo
Remates à baliza não contam. Não conta se for um ou mil. Porque se o Diogo Costa pontapeia e chega à baliza, também conta como um remate. O dado é quanto perigo gera cada remate. E aí, sim, gera pouco. Temos de melhorar. Estamos a trabalhar para melhorar.

Não abdica dos três centrais
O sistema é diferente do modelo de jogo. O sistema é a disposição dos jogadores no campo, é como fazemos as coisas. O modelo é o que fazemos. O que fazemos não vou mudar. O que fazemos é tentar controlar o jogo através da bola. Creio que isso conseguimos. Tentar recuperar a bola o mais rápido possível para a ter, mas às vezes não posso estar a pressionar o jogo inteiro, que é o que eu gostava de fazer, porque para pressionar é preciso saber ter a bola. Se a vou perder rapidamente, vão pressionar-me. Temos de saber melhor ter a bola para poder controlar mais o jogo com a bola, defendendo com a bola para depois criar mais oportunidades para fazer golo. Esse é o modelo de jogo. O sistema é outra coisa.

Jogos diferentes dos treinos
Não é igual treinar e jogar. Estamos a ver coisas boas nos treinos, estamos a ver coisas que estão a melhorar e que temos de levar para dentro de campo. E a minha resposta é que os meus jogadores o vão fazer este fim de semana, porque sei que o vão fazer e porque acredito nisso. Há que ser valente para melhorar. Porque para melhorar em algo, primeiro tem de se ter a humildade de perceber que há algo que não estou a fazer bem. E para olhar para si próprio e perceber isso, há que ser valente. Porque é mais fácil dar desculpas. Então se se tem a valentia para melhorar, já é um primeiro passo. Depois, tem se ter a coragem e a perseverança de passar por algo novo, porque quando alguém aprende algo novo há que ser valente. Já sabemos isso, agora é mostrar isso no jogo e estou convencido de que o vamos fazer.

Objetivo para a fase final do campeonato
Os nove jogos que faltam servem para competir. Do primeiro ao último. Ganhando ao rival e a nós mesmo para sermos melhores a cada jogo.

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