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Papa lembra a noivos que "viver juntos é uma arte" e não há famílias perfeitas

14 fev, 2014 • Ângela Roque [com Ecclesia]

Casais de 30 países, incluindo Portugal, participaram numa iniciativa sob o lema “A alegria do sim para sempre”. Francisco deu conselhos, sugeriu uma oração e ofereceu ainda um presente a cada casal para o dia do casamento.

Papa lembra a noivos que "viver juntos é uma arte" e não há famílias perfeitas
No dia dos namorados, o Papa encontrou-se na Praça de São Pedro com cerca de 30 mil casais de 30 países, entre eles Portugal. Francisco sublinhou que não existem homens e mulheres perfeitos, e que as zangas fazem parte de uma relação, mas o importante é nunca terminar o dia sem fazer as pazes. O Papa recordou ainda que o mais difícil não começa quando acaba a conquista, mas com o que vem a seguir, e que é necessário ter paciência para construir uma relação forte.

Neste Dia dos Namorados, o Papa recebeu no Vaticano 30 mil casais de 30 países diferentes. Durante a cerimónia na Praça de São Pedro, no Vaticano, três casais colocaram dúvidas ao Papa sobre o matrimónio. A uma das perguntas, sobre as dificuldades da vida em comum, Francisco respondeu, no seu jeito habitual, que não há famílias perfeitas, que os conflitos são normais, mas que a reconciliação é o mais importante.

"Sabemos todos que não existe a família perfeita, o marido perfeito, ou a mulher perfeita...não falemos da sogra perfeita! É habitual os casais zangarem-se...Às vezes voa um prato! Mas, por favor, lembrem-se disto: não acabem o dia sem fazer as pazes! Nunca, nunca. Este é um segredo para conservar o amor", aconselhou.

"Hoje, muitas pessoas têm medo de fazer escolhas definitivas, por toda a vida, parece-lhes impossível", disse o Papa, pedindo aos noivos que rejeitem a "cultura do provisório", e que não tenham medo do compromisso que o casamento cristão implica, porque o matrimónio é um "caminho de todos os dias", que tem de ser feito a dois.

"Viver juntos é uma arte, um caminho paciente, belo e fascinante. Não acaba quando se conquistaram um ao outro, aliás é aí mesmo que começa. Este é um caminho de cada dia tem regras que se podem resumir em três palavras, que repito tantas vezes às famílias: com licença, obrigado e desculpa."

À pergunta "como deve ser celebrado o casamento?", Francisco aconselhou sobriedade porque o mais importante não são os sinais exteriores. "É bom que o vosso casamento seja sóbrio e faça realçar o que é verdadeiramente importante. Alguns estão mais preocupados com os sinais exteriores: o banquete, as fotografias, o vestido e as flores. São coisas importantes numa festa, mas só se forem capazes de indicar o verdadeiro motivo da vossa alegria: a bênção do Senhor ao vosso amor."

Francisco sustentou ainda que a vida familiar deve ser construída não sobre a "areia dos sentimentos que vão e volta", mas sobre "a rocha do amor verdadeiro, o amor que vem de Deus". "A família nasce deste projecto de amor que quer crescer, como se construísse uma casa que seja lugar de afecto, de ajuda, de esperança, de apoio", prosseguiu.

"Senhor, dá-nos hoje o amor nosso de cada dia", foi a oração que sugeriu e fez repetir aos presentes, parafraseando o Pai-Nosso.

A intervenção, aplaudida várias vezes pelos presentes, recordou ainda a tentação de "acusar o outro para se justificar a si próprio". "É um instinto que está na origem de muitos desastres. Aprendamos a reconhecer os nossos erros e a pedir desculpa", declarou o Papa.

A audiência concluiu com uma oração, especialmente redigida para o evento, em várias línguas. Os noivos receberam um presente, para a celebração do seu casamento: uma almofada de cetim para os anéis, com o brasão de armas do Papa.