Ouvir
  • Edição da Noite
  • 17 jun, 2025
A+ / A-

Itália concede cidadania a Alfie depois de pais terem perdido luta judicial

23 abr, 2018 - 18:46

Centenas de manifestantes tentaram forçar a entrada no hospital de Liverpool onde Alfie Evans está internado, em protesto contra a decisão do hospital de lhe desligar o suporte de vida.

A+ / A-

Veja também


O Governo italiano concedeu esta segunda-feira cidadania ao bebé Alfie Evans, um menino de 23 meses que está internado num hospital em Liverpool, Inglaterra.

Com esta medida extraordinária – uma vez que ambos os pais de Alfie são ingleses e o rapaz nasceu em Inglaterra – o Governo espera convencer o Estado britânico a permitir que o rapaz seja transferido para um hospital em Roma que já aceitou acolhê-lo.

Alfie sofre de uma doença degenerativa, não diagnosticada, que o deixou num estado semivegetativo. Os médicos que o tratam consideram que se devia desligar o suporte de vida, mas os pais discordam. No Reino Unido, nestas situações o caso acaba por ser decidido nos tribunais, que têm dado razão sempre ao hospital.

Não é claro, por enquanto, se o argumento dos médicos se baseia no facto de o suporte de vida causar sofrimento a Alfie, ou se consideram que dado o seu estado e o facto de não haver possibilidade de cura, não vale a pena manter ligadas as máquinas que o ajudam a respirar.

O pai de Alfie tem sido o rosto da campanha para evitar que a máquina seja desligada, e a semana passada foi mesmo recebido pelo Papa. O Vaticano tem dado indicações públicas de apoio à sua causa e o hospital Bambino Gesù, em Roma, já disse que pode receber o bebé e tratá-lo até que morra de forma natural.

Mas agora é o próprio Estado italiano que está a interceder pela vida de Alfie. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Angelino Alfano, encontrou-se com o seu congénere britânico Boris Johnson, esta segunda-feira no Luxemburgo. Alfano elogiou o sistema de saúde britânico, mas deixou o repto da possibilidade de uma transferência, dizendo que “este hospital altamente avançado está bem equipado para lidar com este caso”. O ministro acredita que “uma decisão tomada por razões puramente humanitárias não poderá ser prejudicial”.

Também o Papa voltou a intervir, escrevendo num tweet "Emocionado pelas orações e imensa solidariedade demonstrada pelo pequeno Alfie Evans, renovo o meu apelo para que seja escutado o sofrimento dos seus pais e que seja concedido o seu desejo de procurar novas formas de tratamento".



Não é conhecida ainda qualquer resposta do Reino Unido.

Ainda esta segunda-feira, e depois de conhecida a resposta do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, que rejeitou um segundo pedido da família Evans para analisar o caso, centenas de pessoas acorreram ao hospital para protestar.

A multidão chegou a tentar forçar a entrada no hospital, mas a polícia presente no local impediu-o. Os manifestantes concentraram-se então do outro lado da rua a entoar “salvem o Alfie Evans”.

Médicos querem desligar máquinas. Papa apoia famílias dos doentes
Médicos querem desligar máquinas. Papa apoia famílias dos doentes
Ouvir
  • Edição da Noite
  • 17 jun, 2025
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Anónimo
    25 abr, 2018 00:28
    João Lopes = troll pago.
  • João Lopes
    24 abr, 2018 Viseu 10:48
    A defesa da vida, em todas as circunstâncias, é a defesa da humanidade. Os promotores da cultura da morte − aborto e eutanásia − atentam contra a dignidade da pessoa humana: são os "bárbaros" e os "monstros" destes tempos… A eutanásia e o suicídio assistido são diferentes formas de matar. Os médicos e os enfermeiros existem para defender a vida humana e não para matar nem serem cúmplices do crime de outros...

Destaques V+