13 nov, 2018 - 14:33
A CNN apresentou uma queixa em tribunal, esta terça-feira, contra o Presidente americano Donald Trump e a sua administração. O motivo é a revogação da credencial de imprensa de Jim Acosta, correspondente da estação televisiva americana na Casa Branca.
Na passada quarta-feira, um dia após as eleições intercalares americanas, Jim Acosta questionou Donald Trump sobre as palavras que o Presidente usou para descrever a caravana de migrantes que se dirige aos Estados Unidos vindos da América Central.
Durante a altercação, Trump não gostou das perguntas insistentes de Acosta, recusou-se a responder e mandou retirar-lhe o microfone.
A Casa Branca retirou no mesmo dia a credencial de imprensa ao jornalista.
A CNN quer que a credencial de Acosta seja "imediatamente restaurada". O processo dirige-se a seis indivíduos no total: Donald Trump, a secretária de imprensa da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, o chefe de gabinete, John Kelly, entre outros.
Em comunicado, a televisão americana disse que "a revogação errada desta credencial viola os direitos de liberdade de imprensa da CNN e do Jim Acosta, previstos an Primeira Emenda [da Constituição americana]. Pedimos ao tribunal uma ordem a pedir que o passe seja devolvido ao Jim".
A CNN lamentou ainda que, dado o clima na Casa Branca, o que aconteceu a Jim Acosta podia ter acontecido a outro jornalista. "Apesar do processo ser específico à CNN e a Acosta, isto podia ter acontecido a qualquer um. Se não for desafiadas, as ações desta Casa Branca podem criar um efeito perigoso em qualquer jornalista que cubra autoridades eleitas".
Dois dias depois de Acosta ter sido impedido de voltar a entrar na sala de imprensa da Casa Branca, Trump disse aos jornalistas que outros podem sofrer o mesmo destino. "Pode haver outros", disse. Apontou o dedo ainda a April Ryan, outra jornalista da CNN.
A Casa Branca alega que Acosta agrediu a funcionária que lhe tentou retirar o microfone da mão enquanto esteve questionava Trump. A secretária de imprensa da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, publicou na rede social Twitter um vídeo do incidente.
Tanto Sanders como Trump acusam Acosta de "pôr as mãos numa estagiária".
No entanto, rapidamente se percebeu que o vídeo foi alterado e a velocidade do momento aumentada. O vídeo publicado por Sarah Sanders tinha sido alterado pelo site de notícias falsas e teorias da conspiração, InfoWars, um site afeto a Donald Trump.