29 out, 2015 - 22:18
O PCP não vai respeitar o Tratado Orçamental, garante o secretário-geral do PCP. Jerónimo de Sousa não coloca essa hipótese mesmo que seja apenas de forma temporária, para apoiar o Governo que entrar em funções.
Em entrevista à SIC Notícias, o secretário-geral comunista afirma que não se pode insistir no erro. “O problema não está no erro, está em persistir no erro. Obviamente que nós não fazemos isso [respeitar o Tratado Orçamental]”, disse.
Num momento em que prosseguem as negociações para um acordo à esquerda para o apoio a um governo PS, Jerónimo de Sousa também admitiu a possibilidade de se reverem as metas do défice.
“Não podem ser os salários, as pensões e as reformas, não podem ser os direitos dos trabalhadores, não pode ser a limitação do direito à saúde ou à educação como forma de tentar reduzir o défice ‘a mata cavalo’ em conformidade com aquilo que está reflectido na governação económica e no tratado orçamental. [A revisão do défice] é uma questão que está colocada”, acrescenta.
"Política duradoura"
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, não esclarece se o acordo com o PS é para a legislatura. Em entrevista à SIC, o líder comunista referiu, apenas, que o entendimento será para uma política duradoura.
“Existe uma maioria de deputados que estão em condições bastantes para a formação de um Governo da iniciativa do PS para entrar em funções, apresentar o seu programa e consequentemente adoptar uma política duradoura”, disse.
Jerónimo de Sousa afirmou, ainda, que a negociação continua, sobre temas como salários, reformas e acesso à saúde e educação.
“O grande desafio que se coloca é saber que conteúdos de política é que existem. Aquilo que estamos a fazer é procurar convergências e aproximações em relação a coisas muito concretas de salários, de reformas e pensões, de devolução daquilo que foi roubado a quem trabalha ou trabalhou”, acrescentou.
[actualizado às 23h14]