03 jul, 2017 - 11:20 • Rosário Silva e Olímpia Mairos
Uma centena de sacerdotes católicos de vários pontos do país participam, a partir desta segunda-feira, no XII Clericus Cup, torneio de futsal, que este ano deixa o Norte para rumar a Santiago do Cacém, no litoral do Alentejo, com dois objectivos.
“Há uma equipa composta por padres vicentinos e mais alguns do Alentejo e este ano a nossa congregação dos vicentinos faz 300 anos da sua presença em Portugal e 400 da sua existência no mundo”, começa por explicar à Renascença, o padre Pedro Guimarães.
“Por essa razão, considerámos que era uma ocasião para sermos os organizadores deste evento, e depois queremos trazer esta realidade a Santiago do Cacém, onde estamos há 26 anos, uma vez que o torneio nunca aconteceu da Guarda para baixo, tirando a Madeira”, acrescenta.
Entre apoios, colaborações, comidas, dormidas e apoio logístico, nesta altura está tudo a postos para o arranque do torneio que “ vai receber cerca de 100 padres, mais voluntários e árbitros, permitindo que entre 3 e 6 de Julho possamos ter aqui o desporto, o convívio, a cultura e, claro, a união de padres que trabalham em realidades tão diferentes mas que aproveitam este momento para estarem juntos”, diz Pedro Guimarães.
Este ano, há 8 equipas participantes: Viana do Castelo (campeões da última edição), Braga, Porto, Vila Real, Lamego, Viseu, Guarda e Vicentinos/Alentejo.
O torneio vai decorrer no pavilhão desportivo municipal e no pavilhão do Juventude Atlético Clube. Os primeiros jogos realizam-se nesta segunda-feira, dia 3, das 17h30 às 20h; no dia 4, de manhã, entre as 10h e as 12h e, à tarde, entre as 16h e as 18h; no dia 5 jogar-se-ão as meias-finais, às 16 horas, estando a final prevista para as 19h, no pavilhão municipal.
À Renascença, o padre Pedro não esconde o desejo de uma consagração por parte da equipa da casa, embora reconheça que não será tarefa fácil.
É um sonho difícil de concretizar uma vez que, devido à nossa realidade de padres vicentinos e alentejanos espalhados pelo país, juntamo-nos muito pouco para treinar”. Contudo, “nunca se sabe e pode ser que este ano cheguemos longe”.
Importante é ganhar no acolhimento e no convívio e aproveitar este desporto como veículo de evangelização.
“O desporto traduz-se numa linguagem universal e permite um ponto de partida para dialogarmos, aproximarmo-nos e aprofundar a fé, levando-a às pessoas”, releva o sacerdote da Congregação da Missão (Padres Vicentinos).
“Somos uma congregação religiosa, nascemos no século XVII, em França, e como carisma através de São Vicente de Paulo, o fundador, procuramos estar presentes junto da realidade mais necessitada, seja ela espiritual ou material”, esclarece.
Os padres vicentinos celebram, em 2017, um duplo Jubileu: 400 anos do carisma de São Vicente de Paulo e 300 anos de presença em Portugal.
“Queremos assinalar estes 300 anos em Portugal, porque é uma história rica, uma história desconhecida mas que tem tido momentos muito marcantes e que queremos aqui, entre o clero, partilhar em especial neste ano”, remata o padre Pedro Guimarães.
De Vila Real chega a força da juventude
São dos mais jovens do clero português. Chegam da diocese de Vila Real e juntam-se pela primeira vez à equipa diocesana, como sacerdotes já que foram ordenados recentemente.
Garra não lhes falta, entusiasmo e alegria ainda menos. Já tinham participado noutros torneios, mas este vai ficar na sua história por ser o primeiro enquanto padres.
Cristofe Gomes tem 27 anos e considera que “juntar mais de 100 padres de todas as dioceses de Portugal, num local, para jogar futebol e partilhar as emoções é bom, uma oportunidade de convívio e é também um testemunho”.
Da mesma opinião comunga o André Meireles, de 26 anos, apaixonado pela bola desde sempre. Para o padre André, “esta prática desportiva, feita de convívio e partilha entre colegas, é muito saudável”. Participa com vontade de trazer o troféu para a diocese de Vila Real, mas destaca “acima de tudo, o convívio”.
“É claro que há uma grande competitividade, mas o mais “importante é vivermos nesta comunhão eclesial, porque a Igreja é feita por todos os cristãos baptizados que tendem a caminhar no mesmo sentido e com o mesmo horizonte, com carismas diferente, mas em união ”, conclui.