02 out, 2015 - 16:43
Foi a primeira vez que Sergio Yébenes levou o filho de dois anos ao estádio e a experiência ficou na memória, por maus motivos.
O pai da criança que na quarta-feira foi atingida por uma tocha lançada por elementos afectos à claque do Benfica no Vicent Calderón decidiu contar a experiência ao jornal Marca na expectativa de que "se tomem medidas" para evitar novos casos. "Somos famílias, somos adeptos de futebol, não vamos para causar problemas, vamos para desfrutar", vincou.
Sergio Yébenes descreveu os acontecimentos. Foi com o golo de Gaitán, que deu o empate ao Benfica, aos 36 minutos que tudo aconteceu: "Ficaram loucos, acercaram-se e começaram a atirar tochas. As pessoas começaram a gritar e uma delas veio ter comigo. Caiu mesmo no assento do meu filho".
Por sorte, a tocha só afectou a roupa do filho, que foi assistido no local por elementos médicos. Voltaram à bancada, mas a festa estava estragada. "Mudaram-nos de sítio, mas o rapaz continuava assustado. Tremia e dizia: Que medo, fogo!, o jogo passou para segundo plano", explicou.
"Aconteceu comigo e com o meu filho, mas podia ter acontecido a qualquer um", disse ainda Sergio Yébenes que garante não encontrar forma de explicar a uma criança tão pequena que o que aconteceu não é normal. Neste momento, está fora de hipótese repetir a experiência. Para já pensa: "Não vou levá-lo a ver futebol no estádio nunca mais".
Logo que terminou o encontro que opôs o Atlético de Madrid ao Benfica, o clube encarnado pediu publicamente desculpas pelo sucedido aos adeptos e aos responsáveis do clube madrileno. Sobre os responsáveis pelo lançamento das tochas, o presidente encarnado declarou: "O que é certo é que essas pessoas devem pensar seriamente que estão a prejudicar gravemente o Benfica. Nós não estamos no futebol assim. Acho que a direcção do Benfica e a grande maioria dos benfiquistas não merece a postura desta gente no campo".
O departamento de imprensa da UEFA confirmou esta sexta-feira à Rádio renascença que aguarda o relatório dos seus representantes no Vicent Calderón para decidir sobre a abertura de um processo disciplinar.
"Quase garanto que nós vamos ser gravemente penalizados", confessava Luís Filipe Vieira no final do jogo.