09 dez, 2015 - 13:57
O presidente da CIP - Confederação Empresarial de Portugal vai propor na reunião de concertação social um aumento do salário
mínimo em 2016 para um valor inferior aos 530 euros propostos pelo Governo,
escusando-se a revelar o montante.
“Já fizemos as contas. Com base nos indicadores de produtividade, crescimento da economia e inflação, que são facilmente demonstráveis e mensuráveis, encontramos (…) um valor que é inferior aos 530 de que o Governo vem falando”, afirmou António Saraiva, quando questionado pelos jornalistas à margem de um pequeno-almoço debate, em Lisboa, com o tema “O que a CIP quer do novo Governo”.
No entanto, António Saraiva escusou-se a revelar o valor exacto,
afirmando apenas: “Todos os parceiros tem a capacidade de trazer os seus
cálculos e de demonstrar o racional dos números que apresentem. Nós
apresentaremos os nossos, o Governo já apresentou o seu e os sindicatos
apresentarão o seu racional de aumento”.
Os parceiros sociais reúnem-se na quinta-feira pela primeira vez com o novo Governo do PS, num encontro em que o aumento progressivo do salário mínimo nacional deverá estar em cima da mesa.
António Saraiva lembrou que a CIP vai “validar seguramente” uma posição para um acordo que existe sobre o salário mínimo que termina no final deste ano.
“Admito que o salário mínimo se possa discutir para uma legislatura, com escalonamento ano após ano, mas sempre com base em critérios objectivos [produtividade, crescimento da economia e inflação], mas também tendo em conta os custos de contexto [caso da diminuição da burocracia e da redução dos custos da energia]”, afirmou.
O ponto único da reunião de concertação social de quinta-feira é a
apresentação do Programa do Governo, do qual consta a proposta de aumento do
salário mínimo nacional até 2019, e debate da agenda da concertação social.
O primeiro-ministro, António Costa, anunciou no Parlamento, na sessão de abertura da discussão do programa do XXI Governo Constitucional, que irá discutir o aumento progressivo do salário mínimo nacional para os 600 euros durante a legislatura (dos actuais 505 euros para 530 euros em 2016, 557 euros em 2017 e 580 em 2018) nesta reunião de concertação social.