12 out, 2016 - 14:18
O primeiro-ministro vai deixar a China sem conseguir garantir o anúncio da instalação de um pólo tecnológico da multinacional chinesa Huawei em Portugal.
Através de fontes do Governo, na semana passada, chegou a ser admitida a possibilidade de a Huawei anunciar a instalação de um pólo tecnológico em Portugal – perspectiva que ficou adiada e que um assessor de imprensa da multinacional chinesa fez questão de dizer aos jornalistas portugueses que, para já, não está nos planos de curto prazo.
O primeiro-ministro presidiu esta quarta-feira à assinatura de acordos nos domínios da formação e da investigação da Huawei com as universidades de Évora e de Trás-os-Montes e com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).
Estes acordos foram assinados na presença dos secretários de Estado da Indústria, João Vasconcelos, e para a Internacionalização da Economia (João Oliveira), na sede da Huawei, em Shenzhen.
Sobre este assunto, o primeiro-ministro não excluiu a possibilidade de esse investimento ser concretizado mais tarde, alegando que "as sementes estão a ser lançadas e que vão seguramente florescer".
"Com a Huawei foram assinados quatro acordos: um com a PT para o desenvolvimento da rede de infra-estruturas e três aqui, hoje, com duas universidades portugueses, tendo em vista a formação e a investigação. Há uma vontade manifestada pelo presidente da Huawei de desenvolver a sua actividade em Portugal", declarou o líder do executivo.
António Costa completou ainda que "há aspectos ainda a serem maturados e os trabalhos terão de se desenvolver".
Na multinacional chinesa de telecomunicações, o primeiro-ministro visitou o laboratório de investigação, já depois de ter passado pelos sectores de videovigilância e de videoconferência. Tirou também uma “selfie” com o mais recente modelo de ponta de "smartphone" desta marca.
O primeiro ponto do programa de António Costa foi uma reunião com o governador da província de Guandong, Zhu Xiaodam, uma das mais avançadas da China do ponto de vista económico.
Depois, o primeiro-ministro visitou o Museu da Cidade de Shenzhen - uma cidade que foi criada por decreto em 1982 pelo antigo presidente Deng Xiaoping, dando origem à primeira Zona Económica Exclusiva (ZEE) chinesa no contexto do princípio político "Um país dois sistemas".
Antes da política de Deng Xiaoping, Shenzhen era uma pequena vila piscatória, mas, actualmente, a sua população já ultrapassa os 8,5 milhões, estando em rápido crescimento graças à instalação de multinacionais como a Huawei e da sua proximidade (27 quilómetros) face à praça financeira de Hong-Kong.