30 nov, 2016 - 02:55
O Presidente da República anunciou que responsáveis da troika estão neste momento em Portugal, num discurso em que pediu que se pense estruturalmente, a médio prazo, em vez de conjunturalmente.
"Vivemos, não direi o dia-a-dia, ou a semana a semana, mas certamente o mês a mês, com dois orçamentos aprovados em menos de um ano, com o acompanhamento constante por parte da União Europeia, quando não mesmo da troika - que já se encontra novamente em Portugal", declarou esta terça-feira Marcelo Rebelo de Sousa.
O chefe de Estado falava no encerramento do 3.º Roteiro Visão 2020 Para a Agricultura Portuguesa, promovido pela Confederação dos Agricultores Portugueses (CAP), na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
No dia em que a esquerda aprovou o Orçamento do Estado para 2017, Marcelo Rebelo de Sousa sustentou que "este é o momento" para se pensar "em termos estruturais, e não conjunturais", dando como adquirida a "estabilização política".
Depois, elencou como principais problemas estruturais do país a "burocracia administrativa", uma "preocupação com a estabilidade fiscal", e também "uma preocupação com o crescimento" e a necessidade de "estabilização e consolidação do sistema financeiro".
Quanto à estabilização e consolidação do sistema financeiro, o Presidente da República disse que é uma preocupação que permanece "desde a primeira hora".
"Para haver crescimento económico é muito importante haver uma estabilização e uma consolidação do sistema financeiro, que ultrapasse as vicissitudes de curto prazo, que fazem parte da lógica da vida, uma vez que a economia, a sociedade e a política são feitas com pessoas de carne e osso, mas em que as instituições se colocam num plano diverso, se quisermos, superior e de mais longo fôlego do que as vicissitudes meramente pessoais", acrescentou.
Troika de volta a Portugal
A missão técnica do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da Comissão Europeia está de volta a Lisboa para realizar a quinta visita de monitorização pós-programa e "avaliar a situação financeira e macroeconómica" de Portugal.
Fonte da Comissão Europeia disse à agência Lusa que a missão terá reuniões sobre "vários tópicos na área da política económica para avaliar a situação financeira e macroeconómica do país", acrescentando que será emitido o habitual comunicado no final da visita e que o relatório detalhado será conhecido "no início da Primavera".
Também fontes oficiais do FMI do Ministério das Finanças confirmaram que a missão técnica do Fundo e de Bruxelas está em Portugal no âmbito das monitorizações pós-programa, que se realizam semestralmente até que o Estado devolva a maior parte do empréstimo contraído quando formalizou o resgate económico e financeiro.