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Industria automóvel

Autoeuropa. Trabalhadores da fábrica de Palmela exigem reforma antecipada aos 55 anos

28 jan, 2025 - 10:11 • André Rodrigues

Plenários promovidos pela comissão sindical discutem reconhecimento de profissão de desgaste rápido. Cenário de greves não está descartado.

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Uma eventual greve dos trabalhadores da Autoeuropa “nunca será descartada”, mas “terá de acontecer nos momentos corretos”, diz à Renascença Nuno Santos, da comissão sindical da fábrica do grupo Volkswagen.

Esta terça-feira realizam-se dois plenários com trabalhadores da empresa para discutir o reconhecimento de profissão de desgaste rápido.

“O que nós reivindicamos é a reforma antecipada para os trabalhadores de turnos e de trabalho noturno aos 55 anos”, diz o sindicalista que lembra que, “com os ritmos que se praticam atualmente nas linhas de produção, ninguém consegue trabalhar até aos 67 anos”.

É um cenário que, para o coordenador da comissão sindical da Autoeuropa, “deixa o Governo sem outra alternativa que não seja discutir aquilo que os trabalhadores exigem”.

Confrontado com o possível impacto financeiro de uma reforma antecipada aos 55 anos, Nuno Santos recomenda “bom senso” na discussão.

“Se contabilizarmos os trabalhadores atualmente de baixa a receber dinheiros da Segurança Social devido a doenças profissionais, se calhar, o grande impacto financeiro já está a acontecer. E não por estarem a reformar-se”, conclui.

Para esta terça e quarta-feira, o SITE-Sul convocou plenários na Volkswagen Autoeuropa para discutir eventuais formas de luta a partir da petição pelo reconhecimento das profissões de desgaste rápido na indústria entregue.

O documento, com mais de 13 mil assinaturas, deu entrada na Assembleia da República a 19 de setembro do ano passado e deverá ser debatido pelos deputados em março.

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  • FMarques
    30 jan, 2025 Gaia 11:28
    As profissões de desgaste rápido são um assunto muito sério e que devia ser estudado com rigor e realismo e não com oportunismo sindical. É um tema que não deve ser discutido a pedido pois irá criar seguramente situações de injustiça.
  • Petervlg
    29 jan, 2025 Trofa 08:53
    Quando foram para lá trabalhar, sabiam que iam para os turnos, qual é o problema? Pedir isto é ser burro, e criar problemas laborais. ninguém deveria ser reformado antes dos 65 anos.
  • Também quero
    28 jan, 2025 Por cá 15:12
    Reforma por inteiro aos 55 anos? Por mim tudo bem, desde que eu também tenha. Aqui não há filhos e enteados.
  • Manuel Veríssimo
    28 jan, 2025 Setúbal 14:25
    Espero bem que o governo olhe também e reveja este tipo de funções, porque após vários anos de função, vêem as doenças profissionais e não só. Façam um levantamento de trabalhadores que estão de baixa por motivo destes trabalhos. Quem nunca trabalhou numa linha de montagem, não consegue avaliar o desgaste que o corpo sofre. Infelizmente eu também estou a sofrer por este motivo. Tenho 40 anos de linha de montagem, mas como não trabalho numa mina, não me dão a reforma se penalização. Enfim é a nossa política. Abraços.
  • Jorge Oliveira
    28 jan, 2025 Fernão Ferro 14:17
    Há 30 anos que trabalho na VW. Há 30 que fazemos turnos e, apesar de actualmente ter uma posição confortável e de chefia, não me estou a imaginar a fazer turnos (especialmente o da noite) até aos 67. Uma vez que há 30 anos iniciei na linha de produção (onde estive vários anos) dou bastante valor a quem, ainda hoje, lá se mantém. É duro, em algumas alturas até mesmo violento, trabalhar numa linha de montagem. Seria bom, de facto, que se conseguisse a caracterização de profissão de desgaste rápido, pois é-o de facto.

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