06 mar, 2025 - 17:25 • Redação
A Jack Daniel's, empresa norte-americana, criticou a decisão de várias províncias canadianas de proibir a venda de bebidas alcoólicas provenientes dos Estados Unidos da América.
O chefe da fabricante da Jack Daniel´s - Brown-Forman - disse que tal decisão é “pior que as tarifas”. Na passada terça-feira, Donald Trump anunciou a entrada em vigor de tarifas de 25% sobre as importações do Canadá e do México.
Várias províncias canadianas, incluindo Ontário (a mais populosa), Manitoba e Quebeque agiram em resposta à imposição de direitos aduaneiros sobre os produtos do Canadá.
A The Liquid Control Board of Ontario (LCBO), um dos maiores compradores de álcool do mundo, decidiu remover as bebidas alcoólicas feitas nos Estados Unidos da América das lojas canadianas esta terça-feira.
“Dado que as marcas americanas deixarão de estar disponíveis no catálogo da LCBO, o grossista exclusivo, outros retalhistas, bares e restaurantes da província deixarão de poder reabastecer-se de produtos americanos”, afirmou Doug Ford, político responsável pela província de Ontário.
Lawson Whiting, chefe da Brown-Forman, disse que a resposta canadiana é desproporcional aos impostos de 25% impostos pela administração de Trump.
“É pior que uma tarifa, porque estão literalmente a retirar as vendas, a remover completamente os nossos produtos das prateleiras”, disse Whiting.
Contudo, Lawson Whiting disse que o Canadá apenas representa 1% das vendas totais da Brown-Forman, pelo que a empresa vai conseguir suportar o impacto financeiro da medida.
A LBCO está a aconselhar os canadianos a comprar produtos locais, como resposta às políticas económicas de Trump.
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, criticou as tarifas impostas pelos Estados Unidos. Acusou o presidente norte-americano de estar a planear “o total colapso da economia canadiana, porque isso tornará mais fácil a nossa anexação”.
Trump já fez uma série de comentários sobre a possibilidade do Canadá vir a ser o 51º estado norte-americano, o que a Ministra dos Negócios Estrangeiros, Mélanie Joy, disse que leva “muito a sério”.
A Brown-Forman diz ainda estar atenta ao que vai acontecer no México, que representou 7% das vendas da empresa em 2024.