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Fazer o IRS e olhar para o reembolso está a valer um susto a muitos contribuintes

07 abr, 2025 - 07:17 • Teresa Almeida

Há cada vez mais contribuintes a pedir ajuda nas repartições de finanças por causa dos reembolsos do IRS. A redução da retenção fonte em 2024 deixou mais dinheiro disponível mensalmente, mas mesmo assim muitos não acreditam no processo.

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São vários os contribuintes que estão a ser surpreendidos com a redução do reembolso ou por terem de pagar IRS.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos, Gonçalo Rodrigues, admite, em declarações à Renascença, que a diferença é significativa. Uma semana depois do início do processo, as repartições de finanças já se queixam do excesso de contactos de contribuintes incrédulos com o resultado.

Da teoria à prática vai uma grande diferença. Os contribuintes já sabiam desde o ano passado que o reembolso do IRS este ano seria bem menor, mas chegados ao momento de entregar a declaração e depois de feita a simulação, o susto acontece.

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Desde receber metade daquilo que recebia, até ter de pagar sem nunca o ter feito, tudo é possível este ano. Menos IRS significa que o dinheiro já foi dado aos contribuintes, mas mesmo assim são muitos os que ainda não acreditam no processo.

Nas declarações prestadas à Renascença, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos dá exemplos desta realidade e admite que a Autoridade Tributaria (AT) já teve de reforçar o atendimento devido ao aumento do volume de contactos.

Os colegas que estão no atendimento têm relatado que já se começam a notar um afluxo grande com essa questão, embora ela tenha sido noticiada ao ano passado e, portanto, já se sabia que isto ia acontecer, não é?

Agora os contribuintes estão a ver as liquidações e que estão a perceber que o reembolso é menor, ou que o valor a pagar é maior e que a diferença é significativa. Os casos que tenho acompanhado e já foram alguns, as diferenças podem ser substanciais. Já vi casos concretos, mesmo de pessoas que que tem um reembolso praticamente metade do que tinham no ano passado, alguns que tinham valores a receber e agora tem valores a pagar. Portanto, é significativo.

Pode dar alguns exemplos práticos dessas diferenças?

Posso dar-lhe, por exemplo, um caso de uma pessoa que recebia reembolsos acima dos 1.100 euros e que fez a simulação já no site e que o valor a receber é de 455 euros, então é menos da metade, mas há mais. Um colega meu que até trabalha, na AT e que me explicou que este ano vai pagar 650 euros e que nunca tinha pagado até hoje. Portanto, isto vai ser generalizado.

Contam então que a partir de agora sejam muitas as questões que vos chegam às repartições neste sentido?

Vão ser muitas, porque as pessoas ainda não perceberam que nós estamos a fazer menos retenções e estamos a receber mais dinheiro todos os meses, então é normal que depois, no ano seguinte, o acerto da conta nos dê menos reembolso, ou um valor superior a pagar.

Os portugueses estão a receber menos porque já o receberam anteriormente, todos os meses?

Ora que essa é que é a grande verdade. Eu julgo que a verdade tem que ser dita às pessoas, o dinheiro já está no nosso bolso. O ideal seria que quando chegamos ao momento da liquidação de IRS não houvesse nem nada a pagar nem nada a receber, que fosse mesmo equilibrado ou tendesse a ser zero, porque isso era sinal que nós estávamos a pagar mensalmente mesmo aquilo que fazia falta e não mais.

No fundo, o susto é só este ano, porque a partir de agora, como vamos ganhando um pouco mais ao longo do todos os meses para o ano, o susto já não é igual ao deste ano?

Sim, isso garantidamente.

Têm receio de que não consigam dar vazão a todos esses pedidos de informações?

Ora isso em termos sindicais, é que é o grande problema, porque o afluxo aos serviços é enorme. As pessoas não têm noção, o fluxo é enorme, só no número de contribuinte, que é uma questãozinha das muitas que a AT tem, que tem que tratar diariamente, agora com este pico do IRS que já existe todos os anos, com mais isto agora em cima, garantidamente que nós vamos ter um fluxo enorme de pessoas. Aliás, a própria AT já está a afetar mais recursos humanos ao atendimento e até ao centro de atendimento telefónico. Facto que vai prejudicar todo o resto e sobrecarregar os colegas.

Portanto, até julho será uma situação a mais, um problema a mais?

Sem dúvida nenhuma. À medida que as pessoas forem fazendo as liquidações. Eu até julgo que vai ser mais imediato, até porque as pessoas agora vão ouvir a notícia e percebem que é assim, vai tudo fazer a sua simulação. Eu julgo que o pico até poderá ser mais imediato.

Comentários
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  • manel
    07 abr, 2025 meandros 08:21
    Tiram de um lado para darem noutro, só que cada vez vão dando menos.
  • Sara
    07 abr, 2025 Lisboa 06:50
    O problema dos portugueses é a falta de conhecimento em finanças, fazer umas continhas, o governo nunca dá nada, tira de um lado põem no outro, nunca se pagou tantos imposto e impostinhos como a agora mas está tudo bem

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